Isolamento é necessário, mas consequências econômicas têm que ser avaliadas, diz FBC

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(foto: divulgação)

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), defendeu ontem (25) que o isolamento social seja mantido nas próximas semanas para diminuir a propagação do coronavírus no Brasil. Ele ponderou, contudo, que os impactos na economia devem ser considerados em caso de isolamento por um período maior.

“Acho que tudo recomenda para que a gente possa sim manter o isolamento social pelas próximas duas, três semanas no sentido de achatarmos a curva dessa epidemia. É recomendável que o isolamento social indicado por governadores e prefeitos possa ser acatado. Mas acho que a fala do presidente [Jair Bolsonaro] vai na direção que todos nós temos que refletir. Qual é o período de isolamento social que a gente pode suportar do ponto de vista das repercussões econômicas?”, questionou o senador durante sessão remota do Senado.

“Os desdobramentos de uma recessão aguda, de uma depressão econômica são muito graves do ponto de vista das atividades produtivas, da geração de emprego. Então, não acho que estamos diante de uma matéria simples, de uma escolha simples”, acrescentou.

O líder Fernando Bezerra Coelho citou o Japão, a Rússia e o México como exemplos de países que não adotaram o isolamento social como medida para conter a transmissão da Covid-19. “Não é um tema fácil. Não é um tema que é unanimidade em nível internacional.”

Ele também ressaltou o papel do Congresso Nacional para que o “equilíbrio das posições” seja alcançado e pediu a união de todos no enfrentamento da pandemia do coronavírus. “O Congresso está presente, está atuando, está debatendo e, sempre que possível, será um ponto de unidade da federação brasileira. Unir a todos: o presidente da República, governadores de estado, prefeitos e sociedade civil. Todos nós temos que estar unidos para que o Brasil possa superar esse momento muito difícil.”

Ainda durante a sessão, FBC negou que tenha havido uma disputa entre o Governo Federal e o governo de Pernambuco em torno de respiradores importados pela Prefeitura do Recife por meio do Porto de Suape. Segundo ele, o Governo Federal fez uma requisição administrativa para que os respiradores pudessem atender os hospitais do País. “O próprio prefeito Geraldo Julio, após decisão judicial, abriu mão da ação porque foi informado que aquela requisição administrativa era para atender todos os hospitais espalhados pelo Brasil”, explicou o senador.

Em Petrolina

(foto: divulgação)

Na contramão do último discurso do presidente Jair Bolsonaro, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, que é filho do senador FBC, tem seguido as recomendações do Ministério da Saúde amparado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No município sertanejo, o distanciamento social foi adotado e apenas os serviços essenciais estão em funcionamento.

No entanto, o comércio da cidade está investindo, cada vez mais, em serviços de entrega em domicílio, especialmente, farmácias, restaurantes, lanchonetes e supermercados.