Codevasf quer transferir abastecimento de água dos perímetros irrigados para a Compesa

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Desde que começaram as chuvas, no início de dezembro, os moradores dos perímetros irrigados têm sofrido com a falta de água nas casas. Isso acontece porque o fornecimento é interligado entre a comunidade e a irrigação. Ou seja, sem a necessidade de água para o plantio, o sistema está operando em frequência bem menor do que o esperado.

“Isso é assustador porque Petrolina é abastecida pelas pessoas que trabalham aqui na área irrigada, mas nós estamos abandonados. As pessoas se entristecem. O clamor das pessoas é pela falta de água. O trabalhador chega em casa com o corpo cheio de veneno, as ruas cheias de lama, e não tem água para tomar banho”, lamentou Cristiano Ferreira, morador do Projeto Maria Tereza. No local, já são cerca de 10 dias sem o abastecimento normalizado.

A Codevasf é a empresa pública responsável pelo abastecimento de água nestas localidades. De acordo com o superintendente do órgão, Aurivalter Cordeiro, o problema está no planejamento dos núcleos que já existem há mais de 20 anos. Ele explica que quando os projetos Senador Nilo Coelho e Maria tereza foram pensados, estimavam-se poucas pessoas e residências. Entretanto, hoje elas são como um “anexo de Petrolina”, servindo como “área de expansão de muitas pessoas”. Em outras palavras, o que foi projetado para cerca de duas mil pessoas, agora, é utilizado por dez vezes mais deste limite, em 27 núcleos.

Agora, a Codevasf quer passar essa responsabilidade para a Compesa, que já é responsável pelo abastecimento na área urbana de Petrolina. Para que isso aconteça, o Conselho de Administração, em Brasília, precisa aprovar a transferência para o município, para que, apenas posteriormente, o trâmite possa chegar à Companhia que pertence ao estado de Pernambuco.

Antes disso, é preciso que o sistema seja concluído, inclusive com o fornecimento de água tratada. “A solução está em passar [o abastecimento] para o município como órgão gestor e depois para a Compesa que tem o direito e está apta para receber o sistema de abastecimento”, explicou o Superintendente. De acordo com Cordeiro, uma verba no valor de 15 milhões de reais foi liberada para a ampliação do sistema nos Núcleos 3, 7, 8 e Quilômetros 22 e 25, seguindo o modelo implantado nos C 1 e N 11, que já são operados pela Compesa e, segundo a Codevasf, “é um caminho”, principalmente pelo “disciplinamento de consumo de água”.