Wenderson chama Dilma de “anta” e Gilmar diz que integrante da Comissão da Mulher reforça preconceito

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Durante o debate das Lei Complementar 003/2021 que altera o código tributário municipal, durante a sessão desta terça-feira (23), na Câmara Municipal de Petrolina, o vereador Wenderson Batista teve um novo posicionamento questionado. O parlamentar, que é secretário na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, se referiu à ex-presidente Dilma Rousseff como “anta”, expressão bastante utilizada para desqualificar a capacidade intelectual de uma pessoa. 

“Legislação dorme de um jeito e acorda de outro. Tive muita experiência na época do Detran, onde tinha uma legislação que norteava determinada ação de trânsito e num momento ou no outro, o Denatran com o Contran e com a  canetada do presidente ou da presidenta anta, naquela época, mudava. Como teve a reforma do código tributário, como bem falaram, não estão aumentando nada e sim tributando a quem não pagava o tributo”, exemplificou. 

O comparativo não passou despercebido pelo vereador Gilmar Santos, que repreendeu a postura do colega cobrando que o debate tenha o foco na gestão de Dilma, evitando ofensas pessoais. “Eu quero pedir muito aqui ao vereador Wenderson. A gente tem divergido e eu já reforcei, sobre a importância da gente se comunicar sem reforçar determinados preconceitos. O Vereador Wenderson vai fazer uma crítica e quer criticar a gestão da presidenta Dilma, critica, não precisa chamar a presidenta de anta. Vereadora Maria Elena, quando se utiliza a expressão de anta sobre uma mulher, nós estamos reforçando esse preconceito que vossa excelência tem combatido nesta casa, junto com a vereadora Samara”, alegou citando as demais integrantes da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres. 

“Inclusive, eu prefiro chamar vossa excelência pelo nome do que pelo apelido, porque em alguma medida a gente vai reforçando também essa natureza que não é a de vossa excelência. Vossa excelência prefere ser chamado de Pé de Galo, eu vou chamá-lo de Wenderson. Pé de Galo representa briga, conflito. Se é isso que vossa excelência quer, vossa excelência assuma esse tipo de posicionamento, mas não vejo necessidade nenhuma”, completou Santos. 

Em sua defesa, Wenderson Batista afirmou não ser o criador do apelido atribuído à ex-presidenta e explicou a origem do seu apelido. “Quem intitulou esse nome de presidente anta, foi todo o Brasil, não fui eu não. Da mesma forma, o presidente Lula, que é chamado de ladrão, não sou eu que ando chamando não, é o povo porque foi ele que foi condenado. E outra coisa, Pé de Galo, foi uma questão na natureza quando eu nasci. O Galo não é briga não, é 13 no jogo do bicho, que infelizmente é o 13 do PT. Mas nem por isso eu tenho receio de ser chamado de Pé de Galo e não me vejo como sendo discriminado, que é a sua política, o seu showzinho é batido nesse negócio de descriminação, preconceito. Eu já disse aqui por várias vezes, a minha educação, pelos meus princípios, eu não enxergo essas diferenças sobre as quais o senhor gosta de fazer politicagem. Eu faço política com P maiúsculo vendo o geral. De maneira que esse negócio de preconceito, isso é passado”.

Mesmo citada pelo vereador Gilmar Santos, a presidente da comissão Maria Elena, não se pronunciou sobre as declarações de Batista.