“Só lembro da voz dele. Ele falava baixinho no meu ouvido”, disse mulher estuprada por médico

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Cerca de dez mulheres foram até a Delegacia de Atendimento (Deam) de São João de Meriti, na manhã desta terça-feira, para registrar boletins de ocorrência contra o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, preso suspeito de abusar de uma paciente. Entre as vítimas estão três mulheres com bebês de colo.

Uma delas é a técnica em radiologia Naiane Guedes de Oliveira, 30, que há um mês disse ter passado por uma cirurgia no Hospital da Mãe, em Mesquita, também na Baixada. Na segunda-feira (11), a Secretaria estadual de Saúde (SES) disse que o anestesista também trabalhou no local.

Além do trauma pessoal, Naiane também está preocupada com outras mulheres que tiveram bebê no hospital.

— A gente fica receoso, pois ele pode ter feito outras vítimas — disse.

O agente de saúde Rafael Marque de Oliveira, 28 anos, marido de Naiane, acompanhou a mulher para prestar depoimento. Ele disse que Giovanni mandou ele sair da sala de parto após a criança nascer. Ele lembra que a esposa só foi sedada após ele deixar o local.

— Eu só pude acompanhar o parto até um certo ponto. Ele mandou eu sair, porque seria com a parte médica. Eu nunca havia saído dos partos que participei. Ele só sedou a minha esposa após eu sair. É revoltante saber que pode acontecer com a esposa da gente. Estou mais tranquilo porque ele foi preso.

Dados da violência: Rio tem um estupro em hospital a cada 14 dias; cidade onde anestesista foi preso é a quinta com mais casos

(Folha de Pernambuco)