Pré-candidata à presidente pelo PSTU, Vera Lúcia defende fim da polarização, estatização de setores produtivos e autodefesa da população

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(Foto: Divulgação)

Motivada pelo cenário nacional, a pré-candidata à presidência da república pelo PSTU, Vera Lúcia, ressaltou, em entrevista ao Nossa Voz desta quinta-feira (06) que a solução para os problemas que o Brasil enfrenta só encontrarão soluções um programa socialista e revolucionário que atenda aos anseio da classe trabalhadora. 

“Nós estamos diante de cenário muito grave em meio a uma crise econômica, política, sanitária, ambiental de todos os níveis em que a gente começa a observar que já existem elementos de barbárie, hoje no Brasil e em outras partes do mundo também, porque o problema não é somente aqui”. 

A socióloga pernambucana foi candidata à presidente da República em 2018 e à prefeitura de São Paulo em 2020 e defende o fim da polarização do debate eleitoral, descredenciando as pré-candidaturas de Lula e Bolsonaro, que atualmente concentram os maiores percentuais de intenção de votos nas pesquisas eleitorais.  

“Diante desse cenário de fome e desemprego, violência, de degradação do meio ambiente nós decidimos que em meio  a polarização da ultradireita com o  governo de Bolsonaro, que é um governo genocida, corrupto, ligado as milícias e tem várias vezes, surtos de autoritarismo e gostaria muito de fechar o regime e acabar com as poucas liberdades democráticas que nós temos e numa polarização com uma outra candidatura que se apresenta. O outro – diz referindo-se ao ex-presidente Lula – está abraçado com a direita, com o centrão e a esquerda, dizendo que pode resolver esses problemas. Nós entendemos que diante de uma realidade como essa, nós precisamos apresentar um programa que resolva esses problemas que  são gravíssimos porque a fome não espera, a necessidade de trabalhar é imensa e que nós temos a obrigação de apresentar um programa que responda a essa realidade porque é parte da nossa vida e que nós não podemos nos furtar diante desse cenário tão dramático nesse país de apresentar esse projeto que possa resolver esses problemas”, analisou. 

Em seu programa de governo, disponível para consulta no site do PSTU e nas páginas do Pólo Revolucionário e da própria pré-candidata, ela prioriza reverter os efeitos das reformas aprovadas nos governos desde Fernando Henrique Cardoso, até os dias atuais. “A revogação das reformas trabalhista, previdenciária, do teto de gastos, é uma necessidade emergencial. Precisam ser revogadas todas as reformas que foram feitas até agora, desde Fernando Henrique Cardoso até agora, Bolsonaro. A outra coisa é que nós precisamos deixar de pagar imediatamente a dívida pública para pegar este dinheiro e dobrar o salário para todo mundo que está desempregado hoje e depois disso, imediatamente, elaborar um plano de obras públicas que atenda de fato as necessidades da população e ao mesmo tempo a gente possa empregar essa quantidade imensa dos trabalhadores que estão fora do mercado de trabalho”. 

Além disso, ela aponta para a estatização de setores produtivos, como o agropecuário e bens de produção, repassando a administração e o lucro diretamente para os trabalhadores dessas áreas. Sobre a questão da segurança pública, Vera Lúcia defende que, através de um plano elaborado, a própria população tenha o “o direito de defender as nossas próprias vidas”. 

“Porque quem tem dinheiro, de classe média a alta, tem a proteção da polícia do estado, assim como contrata segurança privada. Quem mora num condomínio fechado, contrata segurança armada para proteger a sua vida e seu patrimônio. Quem tem uma empresa, contrata muitas vezes segurança particular para proteger a sua empresa. Os bancos, as instituições de estado, as grandes empresas têm segurança, seja do estado, seja particular contratada armada. Só quem não tem isso é o povo mais pobre. E diante disso, ninguém pede licença para entrar num bairro de pobre e pretos e sair atirando indistintamente. Hoje a média é matar uma criança por semana. Que crime praticou uma criança? Como é que ela sai da escola, vai comprar uma pipoca com a mãe e leva uma bala na cabeça? Porque a polícia está trocando tiro com o tráfico. Se até o crime é organizado, o estado tem a polícia organizada, só o povo que não tem. Então, nós temos o direito de discutir a nossa autodefesa”, argumentou. 

Questionada sobre a apresentação da vice, a pré-candidata a presidente acredita que acontecerá até o final deste mês, entretanto não há pressa.  “Nós temos bastante tempo porque ainda estamos na pré-candidatura, ainda vamos fechar a chapa e até a gente oficializar a candidatura legalmente, quando no seu prazo legal, já teremos a vice”. O PSTU oficializou no dia 19 de março de 2022 a pré-candidatura de Vera. A escolha de seu nome foi feita pelos militantes da legenda, que confiaram à socióloga a tarefa de disputar mais um pleito.