Pernambuco amplia rede de acesso à PrEP para a população

0
Foto: Pixabay

Estratégia tem como objetivo reduzir a transmissão pelo HIV facilitando o acesso à profilaxia pré-exposição ao HIV

Com objetivo de reduzir a transmissão do HIV e contribuir para o alcance do fim da epidemia do HIV/aids, o Governo de Pernambuco, por meio do Programa Estadual de IST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), ampliou a rede de acesso à PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV). O que antes apenas profissionais médicos poderiam prescrever, agora, todos os médicos e enfermeiros da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) podem prescrever a PrEP, desde que o usuário tenha um risco potencial para a infecção.

“Em Pernambuco agora qualquer médico e enfermeiro do Sistema Único de Saúde (SUS) pode prescrever a PrEP, estratégia que está inserida dentro da prevenção combinada, e que consiste na tomada de uma medicação diária para prevenir infecção pelo HIV. Em nosso Estado temos 35 unidades dispensadoras de medicamentos, que são locais específicos onde as pessoas podem retirar a sua medicação. Atualmente, o acompanhamento, além das unidades que já o fazem, pode ser feito também nas unidades básicas de saúde. As pessoas que podem acessar esta tecnologia precisam, além de ter risco potencial de exposição ao HIV, que será analisado pelo profissional que está fazendo o atendimento, ter a partir de 15 anos e peso mínimo de 35 quilos”, explica a gerente do Programa Estadual de IST, Aids e Hepatites Virais da SES-PE, Camila Dantas. Dantas também ressalta que “esta estratégia foi adotada para que a tecnologia da PrEP consiga chegar às periferias e acessar as pessoas que se encontram em situação de maior vulnerabilidade.”

A infecção pelo HIV vem crescendo no público entre 15 e 29 anos. Em Pernambuco, entre os anos de 2015 e 2019, houve aumento de 43% de pessoas com o vírus nesta faixa etária. “A PrEP se insere como uma estratégia de prevenção disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), com objetivo de reduzir a transmissão pelo HIV e contribuir para o alcance do fim da epidemia do HIV/aids. Agora, e para dar ainda mais acesso à população, o Ministério da Saúde (MS), ampliou a indicação da PrEP para adolescentes com idade igual ou superior a 15 anos e que tenham peso corporal mínimo de 35 kg, sejam sexualmente ativos e se encontrem em contexto de risco”, completa a gestora.

Antes a PrEP se destinava apenas a públicos específicos: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), profissionais do sexo, pessoas trans e travestis e casais sorodiferentes. Além disso, era necessário analisar algumas práticas, como deixar de usar camisinhas nas relações sexuais, fazer uso repetido da profilaxia pós-exposição (PEP), ou apresentar episódios frequentes de infecções sexualmente transmissíveis (IST).

Sobre a PrEP – A PrEP é a profilaxia pré-exposição do HIV,  um dos métodos preventivos disponíveis gratuitamente no SUS. Trata-se da combinação de dois medicamentos (tenofovir + entricitabina), em um único comprimido, que bloqueiam alguns “caminhos” que o vírus usa para infectar o organismo. Para que a medicação possa impedir que o HIV se estabeleça e se espalhe pelo corpo é preciso fazer uso diariamente.  

Ratifica-se que essa é uma ferramenta que deve ser utilizada de forma combinada, sem excluir ou substituir as outras opções existentes. Também é preciso lembrar da importância da prevenção, com o uso do preservativo peniano ou vaginal em todas as relações sexuais. Ambos, além do gel lubrificante, são disponibilizados de rotina nos serviços de saúde.  

“A prevenção combinada é uma estratégia proposta pelo Ministério da Saúde e adotada pelos Estados e municípios para o enfrentamento da epidemia do HIV/aids. Trata-se da atuação simultânea de diferentes abordagens de prevenção, considerando as necessidades de cada indivíduo, permitindo que este encontre a combinação, que não será perfeita, no entanto será a melhor para minimizar o risco de exposição ao HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST)”, explica Camila Dantas.

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO – Entre 2017 e 2021 foram registrados 5.020 casos de aids em Pernambuco, o que equivale a uma redução de 20,3% no número de casos. De acordo com o boletim epidemiológico do Programa Estadual de IST, Aids e Hepatites Virais, 67,1% dos registros foram em pessoas do sexo biológico masculino e a faixa etária com maior índice é dos 30 aos 39 anos. Em 2021, foram notificados 936 casos de aids em Pernambuco. O quantitativo representa uma diminuição de 20,3% em relação a 2017, quando foram registrados 1.174. A queda é um reflexo do acesso ao tratamento e diagnóstico precoce por meio da testagem rápida para o HIV.

Em relação ao HIV, foram diagnosticados 3.132 casos no ano de 2021. No acumulado dos cinco anos foram 15.825 notificações, sendo 35,1% dos casos na faixa etária dos 20 aos 29 anos. Do total, 70,4% foram em pessoas do sexo biológico masculino.

(Ascom SES-PE)