Patrões querem rasgar pela metade convenção coletiva dos trabalhadores rurais do Vale

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Categoria disse que ainda está aberta à negociação. (Foto: Simone Marques)

Lá se vão oito rodadas de negociação da Campanha Salarial Unificada Bahia e Pernambuco e o Sindicato Patronal e até agora nada de acordo entre as partes. De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais (STTAR) de Petrolina, Lucilene Lima, o Patronal não está facilitando as negociações. “Eles tão pedindo retirada de 42 cláusulas da Convenção Coletiva. Isso não vamos aceitar”, garantiu.

De acordo com o advogado da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Pernambuco, Dr. Bruno a proposta é um retrocesso. “A convenção coletiva tem 82 cláusulas que garantem qualidade de vida pra quem trabalha na área rural. São mais de 100 mil trabalhadores na Bahia e em Pernambuco. Então, essa convenção assegura a qualidade das relações de trabalho, a saúde de trabalhador, a sua proteção do agrotóxico, o seu salário, o jovem, o abono dos estudantes. É uma convenção que une dois estados, talvez a única do Brasil que é unificada, ou seja, ela vem sendo construída há 25 anos e eles querem rasgar metade da convenção, eles estão querendo suprimir direitos do trabalhador”, explicou.

Ainda segundo o advogado da Fetaepe, o Patronal também não está fazendo propostas econômicas justas. “Ao longo desses anos os trabalhadores acumularam o direto de receber R$ 43,00 acima do salário mínimo, quer dizer que este ano a gente deveria estar começando a conversar a partir do piso de R$ 1.041,00. e os patrões só chegam a R$ 1.025,00”, informou.

De acordo com o presidente da Federação dos Associados de Pernambuco, Gilvan José, a categoria continua aberta para negociação. “Precisamos estar em atenção, estamos abertos pra negociação, mas precisamos também estar prontos paro enfrentamento”, declarou.

Foto: Simone Marques