Operação Átria: Petrolina intensifica ações contra a violência de gênero

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Pernambuco está integrando a Operação Nacional Atria, uma iniciativa liderada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em colaboração com todos os governos estaduais do Brasil. Esta ação visa coordenar esforços para enfrentar a violência contra mulheres, com foco especial no fornecimento de orientações sobre direitos e serviços da rede de Atendimento à Mulher em situação de violência.

Nesta terça-feira (19), as polícias civis e militares, junto com a secretária da mulher vão intensificar as ações de combater a violência doméstica em Petrolina.

“Secretaria da Mulher dentro dessa operação Átria vai participar da missão de acolhimento. Um projeto que foi criado ano passado vem aí de um anseio da gente ter a polícia civil e militar um pouco mais sensível ao acolhimento das vítimas de violência doméstica. Então, essa é a nossa proposta para Petrolina.”, disse Élida Rodrigues, diretora de Enfrentamento à Violência de Gênero da Secretaria da Mulher de Pernambuco.

A operação Atria envolve a colaboração de diversas instituições, incluindo a Polícia Civil, Polícia Militar e órgãos de defesa social. De acordo com a gestora do Departamento de Polícia da Mulher, Delegada Fabiana Leandro, o principal objetivo é combater os crimes e a violência contra as mulheres.

“O objetivo da operação é trabalhar com os crimes, o Combate à violência contra mulher. Nós vamos intensificar a apuração dos crimes dos inquéritos e atuar na apuração dos disque denúncia dos 180 e outros canais de denúncia, além de intensificar o cumprimento de mandado de prisão de toda parte de polícia judiciária, teremos atividades ostensivas repressivas e também preventivas, hoje estaremos fazendo ações no parque Josefa Coelho. E durante todo o dia de manhã e tarde nós vamos estar no acolhimento que vai ser no auditório do Colégio da Polícia Militar”, destacou a delegada.

A operação recebeu o nome “Atria”, em alusão à estrela principal da Constelação Triângulo Astral, que tem a coloração alaranjada presente na bandeira do Brasil. “O nome foi dado à operação, que ilustra a ideia de posicionar as mulheres agredidas retirando da condição de vítima, e devolvendo ao seu lugar de destaque na família na sociedade”, explicou Fabiana.

A violência doméstica é um problema grave e crescente em todo o país, mas o aumento nos registros de ocorrências não significa necessariamente um aumento na violência, conforme ressaltou Fabiana Leandro. “Quando a gente vê o número de registro de ocorrência de violência doméstica aumentando, não quer dizer necessariamente que a violência contra mulher está aumentando. Está dizendo que as mulheres estão buscando mais ajuda. E isso vai refletir na diminuição do número de feminicídios. Por isso, é tão importante que as mulheres busquem ajuda”.

As autoridades também alertam para a violência psicológica, que muitas vezes acompanha os casos de agressão física. É fundamental que as vítimas saibam que têm direito a assistência e proteção, independentemente do gênero do agressor.

A delegada Fabiana pontuou que “A gente tinha a gente vem de uma sociedade patriarcal machista em que muitos conflitos eram resolvidos com violência e era naturalizada as condutas eram aceitáveis, hoje não se aceita mais. Inclusive no caso de violência sexual entre o casal. A mulher não é obrigada a ter um contrato íntimo com seu parceiro, se ela não quer ele precisa respeitar”, comentou.

Nesse contexto, a reeducação sobre os direitos e igualdade de gênero é fundamental. “Nós temos igualdade de direitos prevista na Constituição e nós precisamos educar as pessoas para que elas entendam que da mesma forma que o homem tem direito de fazer determinadas coisas, as mulheres também podem. Antes a gente tinha papéis sociais pré-definidos muito rígidos homem”, acrescentou Leandro.

A operação Atria representa um passo importante no combate à violência contra as mulheres em Pernambuco e em todo o país. O apoio e a conscientização da população são essenciais para garantir um futuro mais seguro e igualitário para todas as mulheres.

Quanto à presença de um delegado do sexo masculino na Delegacia da Mulher de Petrolina, Élida Rodrigues, ressalta a importância de um tratamento igualitário para todas as mulheres, independentemente do gênero do profissional que as atende.

“A Governadora é Raquel Lira fez o Ouvir Para Mudar, que rodou todas as regiões de desenvolvimento do estado de Pernambuco, muito se clamava e se registrava o desejo de ter uma delegacia especializada para que o atendimento fosse mais humanizado e acolhedor”, afirma Élida, destacando a busca por um atendimento mais qualificado e sensível às necessidades das vítimas.

Apesar da ausência de uma delegada mulher em Petrolina, Fabiana Leandro enfatiza que o delegado atual da Delegacia da Mulher de Petrolina tem desempenhado um trabalho excepcional. “Então todos os nossos números de prisão de crimes de violência doméstica, digamos assim, estão aumentando de forma positiva mesmo sendo um homem à frente”, destaca ela.

A presença de policiais femininas na equipe também é ressaltada como uma alternativa para as vítimas que não se sentem confortáveis em conversar com policiais do sexo masculino. “Nós temos profissionais do sexo feminino também que podem fazer um primeiro acolhimento”, acrescenta Fabiana.