“Não podemos ficar a mercê de um governo que não quer dialogar”, diz Rafael Cavalcanti sobre a paralisação dos Policiais Civis

0

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) decidiu, na noite de ontem (14), iniciar a greve da categoria. O movimento foi marcado com um ato em frente ao Palácio do Campo das Princesas, em Recife. Em entrevista ao Programa Nossa Voz, desta terça-feira (15), o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL-PE), Rafael Cavalcanti, afirmou que todo o estado está aderindo à paralisação. 

“Aqui na capital, as unidades estão todas paradas, as notícias que temos do interior é de que praticamente todas as regionais estão cumprindo o movimento. Ainda estamos em um local outro acertando os ponteiros com os colegas”, disse Rafael Cavalcanti.

Um dos principais fatores para aderir a suspensão das atividades, está no reajuste salarial, que desde 2018 permanece o mesmo. “Estamos com essa discussão há mais de cinco meses, colocamos para o estado que as perdas da categoria são irreparáveis, uma categoria que tem o pior salário do país.  Em 2022 completamos quatro anos sem nenhum reajuste, o que o governo propôs sequer conseguiu empatar com a inflação dos três últimos anos”, contou o policial. 

O presidente do sindicato disse que todas as atividades da categoria estão paradas em todo o estado e que a greve não era uma prioridade, mas foi uma consequência por parte da decisão política. “Todos os serviços de gerência da polícia civil estão suspensos ,inclusive os serviços do IML. A gente não queria chegar neste ponto, discutimos muito para chegar numa saída onde tivemos as mínimas condições de fazer aquilo que sabemos fazer. Infelizmente não chegamos nem perto de um dominador comum, a categoria disse que não dava mais para aguentar, até porque o prazo é muito curto para mudar qualquer proposta”, contou Rafael. 

Sobre a decisão do desembargador  Cândido J F Saraiva de Moraes, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, em afirmar que era ilegal as inturrupções da atividades e aplicar uma multa diária de R$ 300 mil em caso de paralização, Rafael Cavalcanti afirmou que ainda continua sem receber qualquer notifica por parte da justiça. “Sobre a notificação sobre a greve, não recebemos nada. Esperamos que a justiça tenha a sensibilidade de entender o nosso movimento e poder atender o povo pernambucano”, disse. 

Todos os policiais estão indo para os seus postos de trabalhos, mas não irão realizar qualquer serviço. O sindicato afirmou que a paralisação continuará até ter uma resposta do governo ou receber a notificação do judiciário.

“Não podemos ficar a mercê de um governo que não quer dialogar, que não quer resolver o problema da polícia, para poder cuidar da segurança do povo, A  nossa exposição é total, o nosso sindicato busca melhorias da categoria para manter melhor a população”, afirmou o policial.