Na primeira noite preso em Bangu, Roberto Jefferson ficou em cela isolada e teve a mesma refeição dos outros presos

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Roberto Jefferson — Foto: JN

No jantar, foi oferecido arroz, feijão, purê de abóbora e bife. Ex-deputado recebe atenção médica por ser um preso com comorbidades.

O ex-deputado federal Roberto Jefferson passou a primeira noite no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, após ser preso no domingo (23). Ele está em um cela individual e comeu a mesma refeição dos outros detentos, que é arroz, feijão, purê de abóbora e bife.

Jefferson, que está no Presídio Pedrolino Werling (Bangu 8), recebe atenção médica por ser um preso com comorbidades, já que possui histórico de diabetes, hipertensão e passou por um tratamento contra um câncer. A equipe médica do presídio administra os medicamentos que ele precisa tomar.

Ele foi transferido para a unidade na noite de segunda (24). Ele estava na cadeia de Benfica, na Zona Norte, onde foi levado após ser preso em sua casa em Comendador Levy Gasparian, no interior do estado.

Dois agentes ficaram feridos na operação. Em depoimento, Jefferson disse ter dado 50 tiros contra agentes da Polícia Federal que o prenderam no domingo. A informação foi dada em depoimento à PF, ao qual o g1 teve acesso.

O carregador do fuzil 5.56 mm, usado por ele, comporta 30 balas. Para dar os 50 tiros, ele precisaria trocar de cartucho, segundo apurou a equipe de reportagem.

O ex-deputado diz que atirou na viatura da PF e que não queria atingir os policiais. Também admitiu ter lançado três granadas nos quatro agentes que estavam embaixo da sua casa, em Comendador Levy Gasparian, no interior do estado.

Disse também e que, se quisesse, “matava os policiais”, mas que não tinha a intenção porque eles não tinham culpa das perseguições contra ele. O ex-deputado também pediu desculpas pelos feridos, pois “não atirou intencionalmente”.

Indiciado por 4 tentativas de homicídio

Jefferson foi indiciado pela Polícia Federal por quatro tentativas de homicídio. O indiciamento é referente aos dois agentes que foram feridos com estilhaços durante cumprimento de mandado de prisão e outros dois que estavam numa viatura, mas não chegaram a ser atingidos.

Uma audiência de custódia nesta segunda-feira (24) manteve a prisão em flagrante do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi autuado por atacar com fuzil e granadas os agentes que foram a Comendador Levy Gasparian, no interior do RJ, no domingo, para cumprir um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes

Na chegada dos agentes da PF, por volta das 11h, Jefferson jogou duas granadas e deu tiros de fuzil. Foram oito horas desrespeitando a ordem do STF até a rendição, às 19h.

O sistema do Exército aponta que a licença do ex-deputado Roberto Jefferson estava suspensa e que ele não poderia ter ou transportar armas fora de Brasília.

Por conta do descumprimento, o Exército abriu processo administrativo para apurar o caso, e a Polícia Federal instaurou inquérito na esfera criminal.

(G1)