Maria Madalena Pereira deixou seu local às pressas quando recebeu a informação de que integrantes da Secretaria Municipal de Habitação estavam no seu bairro visitando os moradores. A ação aconteceu ontem (07) nas ruas 33 e 34 do Jardim Petrópolis e deixou os moradores desses endereços assustados, segundo o relato feito por Madalena no Nossa Voz desta quarta-feira (08).
“O pessoal da secretaria de habitação esteve aqui ontem de manhã e eu tive que sair às pressas do meu trabalho porque eles estavam marcando as casas que seriam demolidas. Como eu estou em construção, a minha é bem grande. Eu disse que não precisava de casa do governo, eu precisava da minha casa. Só que eles disseram que eu só tenho até setembro para sair e desocupar. Tirar a minha telha, porta, portão, tirar tudo. Disseram que esses terrenos aqui são da Codevasf e que todo mundo tinha que sair”, contou ao participar do programa.
Questionada sobre como adquiriu a área onde mora, Maria Madalena revela ter o recibo comprovando a aquisição. “Eu comprei esse terreno por R$ 5 mil, tenho o comprovante de compra e venda. Comprei de um rapaz do Dom Avelar. (…) Estamos desesperados. Mandaram a gente ir à Secretaria de Habitação no dia 28, para fazer um cadastro para que, em setembro, se for sorteado, tem que desocupar as casas para serem demolidas”, completou.
Secretário explica
Ao ouvir o depoimento de Maria Madalena Pereira, o secretário de Habitação, Túlio Teobaldo, entrou em contato com o Nossa Voz para esclarecer a situação. De acordo com o gestor, a equipe esteve no bairro para continuar um cadastro moradores de “áreas que não lhes pertencem ou de risco, insalubres”.
“A prefeitura de se preocupou em, antes que houvesse uma ação de reintegração de posse dessas áreas, a gente pudesse estar relocando as comunidades para que, de um dia para a noite, não fique sem moradias. Fizemos esses cadastros. Muitas dessas famílias foram sorteadas para o Residencial Pomares e para lá estão se mudando”, justificou.
De acordo com o secretário, objetivo da ação realizada ontem foi alertar a população e comunicar sobre o cadastramento. “Estamos visitando essas famílias e avisando que para se mudarem para lá (Pomares) precisam abrir mão desse terreno invadido. Antes que seja dada uma nova destinação a essa área. E para aqueles que não foram contemplados nessa etapa do Residencial Pomares, estamos marcando um dia para eles irem a secretaria realizar seu cadastro, montar seu dossiê e caso ocorra tudo direitinho, sejam contemplados com essa nova moradia no Residencial Novo Tempo”.
Além disso, Túlio Teobaldo aproveitou para esclarecer a informação relacionadas as supostas demolições. “A gente não está informando que todas essas moradias serão demolidas. Mas, se porventura, de um dia para a noite, quando, a exemplo do Jardim Petrópolis, a Codevasf tenha a ação de reintegração de posse, pode haver a demolição. Por isso estamos passando de casa em casa chamando para esse cadastramento”.
