Maio Laranja: Petrolina registra 144 casos de abuso e exploração sexual envolvendo crianças e adolescentes em 2023

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Em entrevista ao programa “Nossa Voz”, realizada nesta quarta-feira (8), em alusão ao Maio Laranja, mês dedicado à luta contra o abuso sexual infantil, Ilze Braga, coordenadora da Associação Civil de Articulação para Cidadania (ACARI), abordou os desafios e ações para a erradicação da violência contra crianças e adolescentes em Petrolina e no estado de Pernambuco.

Ilza destacou a importância da educação sexual como ferramenta fundamental na prevenção do abuso, combatendo o tabu que silencia as vítimas e perpetua a cultura da violência. “Precisamos compreender a educação sexual como um direito e como medida essencial para proteger nossas crianças e adolescentes”, afirmou.

Segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), o cenário em Petrolina é preocupante: 144 crianças e adolescentes foram vítimas de abuso e exploração sexual em 2023, e 22 casos já foram registrados nos primeiros três meses de 2024. Os crimes ocorrem majoritariamente no ambiente familiar, por pessoas próximas das vítimas, evidenciando a necessidade de desconstruir os valores patriarcais e machistas enraizados na sociedade.

A coordenadora da ACARI ressaltou o papel das ONGs na prevenção, como a ACARI, que atua em parceria com diversas instituições para promover ações educativas e de conscientização. “Mais de 70% das violências contra crianças acontecem dentro de casa, o que reforça a importância do trabalho preventivo e do diálogo aberto em todos os ambientes”, salientou.

Braga enfatizou a importância da escuta ativa e do acolhimento das vítimas. “Devemos acreditar nas crianças e agir prontamente diante de qualquer sinal de violência. É responsabilidade dos órgãos de justiça e da polícia investigar e punir os agressores, garantindo a segurança e o bem-estar das crianças”, defendeu.

A especialista alertou para as diversas formas de abuso sexual, que vão além do toque físico e podem incluir exploração financeira e chantagem emocional. “É fundamental respeitar os limites das crianças e adolescentes em todos os ambientes, inclusive online, onde os perigos são cada vez maiores”, ressaltou.

Ao abordar a violência contra adolescentes, Ilza destacou a necessidade de atenção redobrada. “Os adolescentes precisam estar atentos aos ambientes que frequentam e às pessoas com quem interagem, especialmente em locais de vulnerabilidade. A internet, por exemplo, exige cautela e orientação sobre os riscos e medidas de proteção”, alertou.

Em conclusão, Ilze Braga reforçou o compromisso da ACARI e de toda a sociedade civil na luta contra o abuso sexual infantil e adolescente. “A proteção de nossas crianças e adolescentes é um dever de todos nós. Através da educação, da escuta ativa e da responsabilidade compartilhada, podemos construir um futuro livre da violência”, finalizou.

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