“Entendo como estratégia equivocada, lançar um nome à frente de um projeto”, diz Raquel Lyra sobre pré-candidatura de Miguel Coelho

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(Foto: Reprodução Instagram)

Para Raquel Lyra (PSDB), antecipar nomes para a disputa ao governo de Pernambuco é uma estratégia equivocada. A prefeita de Caruaru tem percorrido os municípios pernambucanos ao lado da deputada Priscila Krause, que recentemente deixou o Democratas e do prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PL), deixou claro em entrevista ao Nossa Voz desta quarta-feira (17), que a prioridade é dialogar com a população e confirmou achar precipitada a decisão do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, de confirmar a pré-candidatura a governador do estado. 

“Miguel tem feito os debates que entende que precisam ser feitos no nosso estado, liderando um movimento que ele tem chamado de Por Pernambuco e também está convidado a participar do Levanta Pernambuco. Isso não quer dizer que nós não possamos, ali na frente, estar convergindo. Mas hoje o que nós temos aqui é o Levanta Pernambuco, Miguel Coelho é convidado a participar como tantas outras lideranças políticas. Priscila Krause tomou a decisão de sair do Democratas para estar junto com a gente e temos gente que está saindo de diversos partidos e está se filiando ao PSDB, ao PL, ao PSC e a Cidadania e hoje o que nós menos importamos é com o debate sobre nomes. Quando a gente começa um debate sobre isso, com a construção que deve ser coletiva sobre o nosso estado e a gente começar lançando nomes, para mim, é um grande equívoco”, ponderou. 

Para Lyra, a partir das andanças pelas diversas regiões, é possível estabelecer as estratégias que considera necessárias para rever os equívocos na condução socioeconômica de Pernambuco. “Nos precisamos, antes de um nome, ter um projeto para o nosso estado que dialogue com os sonhos e a esperança do nosso povo. E as soluções para isso, só virão do ponto de vista regional. A gente tem diversos arranjos produtivos locais, falando aí sobre a fruticultura irrigada e da prestação de serviços, tem o polo gesseiro, temos o polo têxtil nos agrestes, temos o polo da fruticultura da zona da mata da agricultura familiar, a arte do barro, da economia criativa, a riqueza do nosso turismo, são temas que dialogam com a necessidade de nosso desenvolvimento e que precisam ser enxergados. Hoje a gente tem um Estado que escolhe para onde o investimento vai, quando na verdade deveria fortalecer todos os arranjos produtivos que acontecem já no nosso estado e conseguir colocar o fortalecimento das nossas matrizes econômicas e permitir um desenvolvimento integrado, integral e sustentável dessas regiões”. 

Por isso, apesar do discurso contundente característico de uma pré-candidata ao governo, Raquel não aceita rótulos. “A gente respeita o trabalho do prefeito Miguel Coelho, mas o nosso movimento, e aí não quero colocar nesse momento o nós contra eles, o que nós traçamos de estratégia para o Levanta Pernambuco é justamente de que nós não podemos lançar um nome neste momento. A estratégia não foi esta que adotamos, eu entendo como uma estratégia equivocada de lançar um nome à frente de um projeto, qualquer que seja o nome. Até porque, quando a gente lança, apequena o debate sobre o  que deve ser a discussão sobre o estado. Quando se coloca um nome à frente , vai se começar a discutir se aquele é um nome ideal, se deveria ser um homem, uma mulher, mais novo, mais baixo, mais moreno, mais branco”. 

Retomando as críticas à gestão pessebista reitera que seu grupo só deve confirmar a composição da chapa oposicionista no próximo ano. “O que a gente deve discutir neste momento não é isso, até porque o governador Paulo Câmara será governador até dezembro do ano que vem se não se desincompatibilizar antes para uma candidatura. Quando a gente lança um nome, começa a fazer uma comparação e pula este debate. Primeiro, da necessidade de respostas que este governo deve dar ao povo pernambucano e depois, apequena o debate quando a gente deixa de discutir Pernambuco e discute sobre nomes. Então, vamos continuar discutindo Pernambuco, fazendo as visitas à todas as microrregiões, são 12 em nosso estado, e a partir disso vamos elaborar um plano para apresentar a população no ano que vem, aí sim vai ter um nome que possa representar esse projeto e que vai dialogar com os pernambucanos no movimento eleitoral do ano que vem”.