Datafolha: Apoio a isolamento social amplo contra coronavírus cai para 52%

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(Foto: CDL/ Petrolina-PE)

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (29) mostra que o apoio a um isolamento social amplo para conter o coronavírus divide a população brasileira.

Segundo o levantamento, pela primeira vez desde o início da pandemia, há empate técnico entre os que defendem a volta ao trabalho dos que estão fora dos grupos de risco e os que apoiam a permanência deles no isolamento.
São considerados grupos de risco para a Covid-19 idosos e pessoas com comorbidades como cardiopatia, diabetes e doença renal.

A proporção de brasileiros que defendem que as pessoas fora dessa categoria deveriam sair para trabalhar passou de 37%, no início de abril, para 41% em 17 de abril e para 46% na pesquisa realizada nesta segunda-feira (27).

Já os que apoiam o isolamento amplo, inclusive de quem está fora dos grupos de risco, passaram de 60% no início de abril para 56% no dia 17 e, agora, para 52%.

A adoção da quarentena apenas para idosos e pessoas nos grupos de risco é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro sob a alcunha de “isolamento vertical”. O governo, no entanto, até o momento não apresentou nenhum estudo que embase a medida.

A posição, contrária à defendida pelo Ministério da Saúde, levou à demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta no último dia 16. Seu sucessor, Nelson Teich, defende um equilíbrio entre as medidas de proteção à saúde e de retomada da economia e anunciou que a pasta fará uma nova diretriz para localidades que queiram abrandar o isolamento ou abandoná-lo.

Não por acaso, o apoio à volta ao trabalho de quem não está em grupo de risco é consideravelmente maior entre os que avaliam o governo Bolsonaro como ótimo/bom (67%) do que entre quem o considera ruim/péssimo (26%).

O apoio ao isolamento seletivo é maior entre os mais ricos —58% dos ganham mais de dez salários mínimos defendem essa posição, contra 44% dos que recebem até dois.

Os mais ricos são também são aqueles que mais cumprem a quarentena, com índice de 71% (56% dizem sair só quando inevitável e 15%, nunca).

Nessa análise do comportamento individual em relação ao isolamento, a pesquisa mostra estabilidade em relação às anteriores, dentro da margem de erro. Declaram estar totalmente isolados 16% dos entrevistados, e 53% só saem de casa quando inevitável.

O Datafolha entrevistou na segunda-feira (27) por telefone 1.503 brasileiros adultos com celular em todos os estados do país. A margem de erro é de três pontos percentuais.