Criação de empregos desacelera no país, mas sinais são bons, diz Ipea

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(Foto: Agência Brasil)

Os sinais de recuperação, segundo Carta de Conjuntura divulgada nesta quinta-feira (12) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), estão mantidos, mas perderam a força em relação ao primeiro semestre de 2019.
Essa melhora mais moderada, segundo o Ipea, passa por resultados contidos na desocupação e no desemprego, mas também por um aumento de 1,7% na força de trabalho até outubro deste ano. Portanto, mais gente está tentando entrar ou voltar ao mercado de trabalho.

O resultado não chega a ser ruim, pois vem acompanhado de menos desalento -recuo de 1,6%, a segunda queda consecutiva- e redução na subocupação (de 7,9% em junho para 7,4% em outubro). 
O Ipea analisa os resultados de ocupação e de emprego formal, com base em informações do IBGE e do Ministério da Economia.
A ocupação, que inclui todo tipo de trabalho, seja ele informal, por conta própria ou com carteira assinada avançou 1,6% no trimestre terminado em outubro, abaixo na taxa média de expansão do primeiro semestre, que ficou em 2,3%. 

Na análise divulgada nesta quinta, o Ipea considerou importante observar o crescimento do peso das ocupações tipicamente associadas ao trabalho informal e, nesse segmento, das atividades por conta-própria. O instituto diz que “essa forma de inserção, junto com o segmento informal propriamente dito, funciona como uma espécie de colchão ao propiciar a absorção de trabalhadores”, sejam eles desempregados ou pessoas ingressando na força de trabalho. A novidade, diz o Ipea, na comparação entre os terceiros trimestres de 2018 e 2019, é que o crescimento dessas atividades continua, mesmo com o mercado formal em recuperação. 

Uma hipótese aceita pelos pesquisadores é a de a estrutura das relações de trabalho estejam passando por transformações, muito devido à consolidação do que chamam de “economia dos aplicativos”.
“A importância desta constatação é que ela remete à discussão da adequação do aparato institucional atual a essas novas formas de inserção no mercado”, afirma.

O avanço no emprego formal é discreto. A alta na comparação com o terceiro trimestre de 2018 é 0,51%. Enquanto a ocupação (emprego sem carteira) avançou em dez de 13 setores, os trabalhos com registro em carteira só melhoraram em cinco segmentos. O Ipea afirma que apesar do resultado das vagas com registro estarem muito abaixo dos outros tipo de ocupação, “o sinal positivo para a taxa de crescimento do emprego formal não aparece em nenhum outro período.”

O resultado da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar) Contínua, do IBGE,  divulgado no fim de novembro, já apontava novo recorde no número de trabalhadores sem carteira e por conta própria. 
Eram 11,9 milhões de trabalhadores sem carteira assinada e 24,4 milhões por conta própria. A taxa de informalidade, que inclui empregados domésticos sem carteira e empregados sem CNPJ ficou em 41,2%, estável em relação ao trimestre anterior.  São 38,8 milhões de trabalhadores nessas condições.

A Carta de Conjuntura traz também os dados desagregados da Pnad e mostram que somente a região Sudeste registrou queda na desocupação no terceiro trimestre, e o resultado foi puxado principalmente pela melhora do emprego em São Paulo, onde o desemprego recuou 1 ponto.  No Centro-Oeste, Goiás e Mato Grosso registraram alta na desocupação. (Fonte: Diário de Pernambuco)