Caso Beatriz: Marcelo da Silva não estará na reconstituição do crime, mas participará do reconhecimento de pessoas que estiveram no colégio

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Nesta quinta-feira (10), a Polícia Civil deu continuidade aos trabalhos para realização da reconstituição do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, em Petrolina. O crime aconteceu no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, no ano de 2015.

Os advogados que defendem Marcelo da Silva, suspeito de ter matado a menina, estiveram no colégio durante o dia para acompanharem os trabalhos da polícia.  Uma reunião com delegados vai definir como será o cronograma de reconstituição do crime durante esta sexta-feira (11) e sábado (12).

“Estive na escola hoje, conversei com uma delegada. Na ocasião, ela esclareceu que está em andamento uma perícia. Acompanhamos uma parte e agendamos uma reunião com os outros três delegados. Iremos definir, esperar o que vão passar para a gente, o rumo do cronograma de amanhã e depois”, destacou o advogado de Marcelo da Silva, Rafael Nunes.

De acordo com a equipe de advogados, Marcelo da Silva está na Penitenciária Doutor Edvaldo Gomes, em Petrolina. O suspeito não vai participar da reprodução simulada, mas deve participar do reconhecimento de pessoas que estiveram no colégio na noite do crime.

“Ele não irá participar da reprodução simulada por não fazer qualquer sentido. Reprodução simulada é reviver o que aconteceu, falar, dizer de forma simulada o que fez. Ele não reconhece confissão, não faz qualquer sentido participar de reprodução simulada. A defesa se manifestou nesse sentido e ele não irá participar”, reforçou Rafael Nunes.

Em janeiro de 2022, seis anos após a morte da menina, a Polícia Civil chegou ao principal suspeito. Após exames de DNA, colhidos na faca, ficou comprovada a participação de Marcelo da Silva no crime. Ele chegou a confessar, mas voltou atrás e se diz inocente.

“Essa eventual confissão do Marcelo foi na pressão, foi o que ele me confidencializou, que confessou na base da pressão. Na ocasião estava desacompanhado de advogado. Imagina só você ser colocado em uma sala, no cenário, quadro delegados perguntando, diversos policiais penais te colocando em uma cadeira e começar a sabatinar durante três horas. Então uma situação dessa se confessa até o que não fez, que foi o caso dele. Ele confessou na base da pressão. Tanto é que depois foi requerido do sistema prisional negou e antes disso, manifestou para mim o interesse de preparar a próprio punho a carta se dizendo inocente e pedindo pela sua vida”, complementou o advogado.

O CASO: O anúncio da autoria do crime ocorreu seis anos, um mês e um dia depois do assassinato da menina Beatriz (veja vídeo acima).

Também aconteceu 15 dias depois que os pais da garota percorreram mais de 700 quilômetros a pé, entre Petrolina e o Recife, para pedir justiça.

A peça-chave para o esclarecimento do caso foi a faca usada no crime. Os peritos coletaram o DNA no cabo da arma, deixada no local do homicídio. As amostras estavam misturadas ao sangue de Beatriz.

O DNA de Marcelo da Silva já estava no banco genético do estado desde 2019, quando foi feito um mapeamento de criminosos condenados.

(G1 Petrolina)