“Aonde é que estão os neurocirurgiões para fazer uma avaliação de um paciente que está à beira da morte?”, questiona liderança sobre o HU

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A liderança da zona oeste de Petrolina, Brenda Seforah, participou do programa Nossa Voz nesta sexta-feira (05) para reclamar sobre a falta de neurologistas no Hospital Universitário. Ela relatou a situação de uma paciente de 48 anos que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ontem e precisa de avaliação desse profissional.

“Foi levada para UPA, nem receberam na UPA e já mandaram direto para o Trauma. Chegando lá, a paciente se encontra na sala vermelha, Maria José da Silva, e até esse prezado momento, desde ontem meio-dia, ela não passou por uma avaliação do neuro porque a justificativa que o Trauma dá, é que o hospital não tem neuro, e que está regulando a paciente para Recife ou para onde estiver vaga para uma avaliação. Pois bem, o hospital não é referência em traumatologia, ortopedia e neurocirurgia? Aonde é que estão os neurocirurgiões para fazer uma avaliação de um paciente que está à beira da morte, para saber que conduta vai ser tomada? Eu quero uma resposta do hospital”, relatou.

“Por que que não tem neuro no hospital? Então todos os pacientes que entram lá acidentado de moto que bate a cabeça vão ser regulados para Recife? Isso é um absurdo, nós temos um hospital de referência que atende mais de 56 municípios, então todos esses pacientes que precisam de neuro vão ser regulados para Recife? Eu quero uma resposta do hospital”.

Veja a nota do Hospital Universitário sobre o assunto:

O HU-Univasf esclarece que, em função do elevado volume de internações e do atual déficit na escala de neurocirurgiões, o tempo de espera para avaliação da especialidade de Neurocirurgia infelizmente está sendo maior que o esperado.
É compreensível a preocupação de todos os pacientes e familiares que aguardam pelos atendimentos, situação que leva o HU-Univasf a buscar incessantemente soluções junto aos atores que compõem a Rede Interestadual de Saúde (Rede PEBA – Pernambuco e Bahia), órgãos e autoridades responsáveis, com o intuito de diminuir a superlotação e promover maior celeridade às avaliações de pacientes.
Cabe reforçar que a nova gestão já assumiu o HU com um déficit importante no número de neurocirurgiões no corpo técnico do hospital, porém, desde o primeiro dia, tem buscado a recomposição do quadro o mais rápido possível. Há um processo seletivo em curso, para tentativa de contratação de novos profissionais, bem como foi providenciada a convocação da totalidade dos classificados do concurso nacional vigente.
Além disso, novos fluxos estão sendo apontados, ao passo que os pacientes estão sendo encaminhados para outros hospitais referenciados enquanto persistir o quadro reduzido de profissionais da especialidade. É importante destacar ainda que o HU-Univasf não encerrou vínculo com qualquer categoria profissional. Os esforços estão voltados para ampliação das equipes, por meio da autorização de novas vagas.

Nesta quinta-feira (04), o Hospital Universitário divulgou um pronunciamento do superintendente, Ricardo Santana de Lima, sobre a busca do aprimoramento dos serviços de neurocirurgia e anestesiologia, bem como o enfrentamento ao cenário de superlotação diante da Rede PEBA.