Antunes comenta eleição na Alepe e esforço para encerrar interferência do PSB: “Não vivemos a educação durante o período eleitoral”

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Para o deputado estadual Renato Antunes (PL), a renovação de quadros na Assembleia Legislativa de Pernambuco deu o tom do que a população espera sobre os trabalhos desenvolvidos pelo parlamento estadual. Em entrevista ao Nossa Voz desta sexta-feira (17), ele comentou a configuração da Alepe e o insucesso na eleição da Comissão de Educação ocorrida esta semana, na qual ele foi para o bate-chapa com o deputado Waldemar Borges (PSB).

O processo foi marcado por algumas dúvidas quanto ao regimento interno e pela ausência de um dos deputados que motivou a elevação do suplente à condição de titular. Provocado neste contexto, Antunes destacou a idoneidade da eleição. “É bom destacar que o regimento em todo o momento foi respeitado. O que houve foi um bate-chapa e é natural, dentro do processo democrático para a presidência de uma comissão tão importante. Por que colocamos o nosso nome à disposição, apesar de estarmos chegando agora na Assembleia Legislativa? Pelo legado que a gente tem na educação do Recife. Eu fui vice-presidente da Comissão de Educação [na Câmara de Vereadores da capital], participei ativamente do Conselho Municipal de Educação, quero integrar o Conselho Estadual de Educação porque é um fórum de política pública que escuta a sociedade civil e lava para a Alepe a discussão real”, argumentou.

O parlamentar reconhece o histórico político do seu oponente, mas pregou a necessidade de renovação, inclusive nos grupos temáticos da casa, da atuação socialista nos processos de comando do estado. “Eu tenho a certeza de que esse processo foi bem conduzido, houve de fato a vitória do Waldemar Borges, do PSB, que é um grande quadro mas o meu grande questionamento é que nós passamos 16 anos sob a gestão do PSB e entendo que, se Pernambuco está mudando, a gente precisa precisa mudar também a cara da nossa Assembleia Legislativa. Não vamos desconsiderar os quadros do PSB, mas dizer que nós temos agora uma nova governadora, uma nova equipe e queremos impor um novo ritmo de trabalho”.

Entretanto, Renato fez questão de pontuar que as mudanças propostas não virão de uma composição autoritária. “Claro que, respeitando a pluralidade, as diferenças, respeitando os espaços de cada partido, mas entendendo que Pernambuco deu o recado. A urna falou que o Estado queria mudança. Elegemos a primeira mulher governadora e nada mais justo que mudarmos as comissões temáticas e dar condição para que a governadora Raquel, junto com sua equipe, possa governar Pernambuco. Não podemos criar na Assembleia Legislativa um ambiente onde a governadora não tenha condições de governar. Então meu nome foi colocado à disposição para dizer que quero ajudar o governo, mas mais do que isso, tenho experiência naquilo que falo. A gente conhece, estamos na ponta da linha porque não vivemos a educação durante o período eleitoral, mas sim no dia a dia”, alfinetou.

Questionado sobre a avaliação de alguns opositores que debitaram esse insucesso na conta do governo Raquel Lyra, por falta de articulação e até interpretaram a vitória do PSB como um recado contra a interferência do Palácio em questões internas da Assembleia, Antunes nega que a governadora tenha uma fatura a ser paga nesse processo.

“Eu vejo que Raquel está respeitando a Assembleia Legislativa, isso é importante. Nós temos na constituição que os poderes são harmônicos e independentes. Nos anos anteriores, na gestão do PSB, o rolo compressor já vinha assinado do Palácio com quem seria o presidente do quê. E a prova de que Raquel não está interferindo – e aqui quero registrar isso embora o meu partido esteja independente na Assembleia Legislativa, não somos base do governo – é que Raquel está respeitando o processo. O fato de ter bate-chapa mostra que não há interferência do governo. Se houvesse, a lista já vinha completa, pronta para ser publicada no Diário Oficial. Eu vejo isso como uma narrativa da oposição, é o papel dela. Mas o ambiente na casa é muito bom, entendo que 49 deputados foram eleitos, dentre os quais quase 50% são novatos. É o sangue novo como a gente diz. Toda eleição precisa desse ciclo, dessa mudança, para que a gente possa realmente impor novas ideias e buscar novas alternativas para Pernambuco”, finalizou.