Foto: Naiara Soares
O programa Nossa Voz desta terça-feira (13) contou com a participação da enfermeira sanitarista do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf), Giselle de Medeiros, e do gerente de Educação para o Trânsito da Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina (AMMPLA), Jilmar Barros. Eles falaram sobre as ocorrências de acidentes de trânsito que têm ocorrido em Petrolina.
Jilmar informou as causas mais frequentes de acidentes no município. “A maioria dos acidentes de trânsito são ocasionados por condutores que não são habilitados. Com isso vem a embriaguez, principalmente nos finais de semana, é onde nós temos esse grande índice de acidentes de trânsito. Imprudência por parte dos condutores. Nós temos um conjunto de fatores que, somados, geram esses acidentes. Falta de capacete, menores pilotando ou dirigindo”, informou.
“Se nós formos pra zona rural, não só na nossa cidade, mas nas circunvizinhas, até no Centro, as pessoas não costumam usar o capacete e os equipamento que lhe dão proteção, haja vista que o condutor de motocicleta está muito mais viável a sofrer uma sequela grave, porque no veículo de passeio você tem o parachoque, para-brisa, o motor e a própria estrutura do veículo que pode lhe dar uma condição de se proteger. Mas já as motocicletas não. O corpo da pessoa será o parachoque, digamos assim, quando se choca com qualquer tipo de veículo o corpo é arremessado”, disse Jilmar.
A enfermeira sanitarista do HU, Giselle de Medeiros, ressaltou que o Vale do São Francisco tem uma zona rural muito extensa e que a maioria dos acidentes acontecem na zona rural. “Principalmente nos projetos, a gente vê que essas vítimas estão sem capacetes. Na nossa análise, nós temos o Sistema de Notificação do Acidente de Transporte Terrestre que o Estado de Pernambuco tem e a gente faz esse monitoramento através dele, a gente pega variáveis sensíveis pra entender o que foi que levou a ter esse acidente, porque tem o comitê que a gente trabalha analisando esses acidentes para prevenir”, afirmou.
“A gente observa a falta de proteção desses condutores. Eles acabam indo sem cinto de segurança, sem capacete. Como é um hospital de referência, a gente recebe toda a Rede PEBA. A gente tem em torno de 700 acidentes por mês”, informou Giselle.
Sobre a falta de utilização dos equipamentos de proteção, o gerente de educação do trânsito reforçou que não existe permissão legal para essa prática. “As pessoas criam as próprias leis. Alguns condutores, quando abordados em campanhas educativas, a desculpa é ‘não, eu só venho da roça pra casa, de casa pra roça’, são condições que estão vulneráveis a acontecer esses acidentes. Infelizmente nós não temos como chegar lá e colocar algo que obrigue as pessoas, claro que a lei está lá. (…) As pessoas desconhecem as leis”, disse.
“Sobre os equipamentos de proteção individual a gente percebe que 48% das vítimas de 2021 atendidas no HU não estavam com cinto de segurança. Das vítimas de moto que a gente recebeu 34,7% não estavam com capacete. São números expressivos, são números que nos assustam, porque são coisas simples que fazem uma diferença imensa na questão da gravidade do acidente. (…) Tenham mais amor a sua vida, pense na sua vida, na sua saúde”, propõe Gisele, encerrando a sua participação.
Jilmar agradeceu o espaço e informou que de 18 a 25 da próxima semana será realizada a programação da Semana Nacional de Trânsito em Petrolina. Entre as atividades estão palestras, blitzs educativa e passeio ciclístico. A abertura vai ser no dia 19 de setembro Sest Senat às 9h e o encerramento será com passeio ciclístico no dia 25.
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