“A expectativa criada para esse governo era que seria o oposto do anterior”, afirma Rafael Cavalcanti, presidente do Sinpol-PE

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O SINPOL-PE (Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco) convoca todos os Policiais Civis do estado para uma manifestação que busca valorizar a categoria. A passeata está marcada para o dia 18 de julho, com concentração às 15h na sede do sindicato, de onde os participantes seguirão em direção ao Palácio do Governo.

De acordo com o Sindicato, há mais de um mês, o SINPOL entregou à governadora do estado as reivindicações salariais e funcionais da categoria. No entanto, até o momento, não houve uma resposta efetiva por parte do governo. Essa falta de diálogo e atenção às demandas dos policiais civis representa um obstáculo para a valorização da instituição e, consequentemente, para a segurança da sociedade pernambucana.

A categoria esperava melhorias nas delegacias e para os policiais civis, mas até o momento não tiveram essa devolutiva, conforme aponta Rafael Cavalcanti, presidente do Sinpol-PE. “A expectativa criada para esse governo era que seria o oposto do anterior. O que a gente está vendo é a continuidade ou piora em termos de contato. A única exceção é a chefia de polícia que demonstra cuidado com as questões dos policiais, mas tem inúmeras limitações porque não tem autonomia administrativa e financeira. Por isso, o governo tem que tomar para si e investir na polícia civil”, conclui. 

A Polícia Civil é responsável por todas as investigações no estado, sendo fundamental para a população. A grande maioria das ocorrências em Pernambuco ocorre fora das situações flagrantes, o que demanda uma investigação eficiente. Para investigar 95% desses crimes, é necessário contar com uma estrutura adequada e efetivo policial valorizado.

“95% das ocorrência que acontece em Pernambuco é de responsabilidade da polícia civil,  porque apenas 5% dos crimes são praticados sem precisar disso, aquele que você já pega o pacote, aquele que só faz lavrar o procedimento, encaminhar o camarada do judiciário para o presídio. No resto das tantas ocorrências de 95% dos problemas que acontecem no estado, a gente não consegue ter em flagrante, o pacote não vem enquanto a gente  investigar. 

Recentemente, houve a entrega de 100 viaturas e 7.000 coletes para a Polícia Militar, o que demonstra o investimento necessário para garantir a presença do estado nas ruas. No entanto, é preciso que o mesmo empenho seja direcionado para a Polícia Civil, que é responsável por cuidar da maioria das ocorrências no estado.

Diante dessa situação, o sindicato lançou uma campanha para que os policiais de todo o estado enviem fotos e vídeos das condições de suas unidades de trabalho.

“A gente vê uma realidade muito cruel, muito triste, além das delegacias fechadas, porque volta o efetivo, a gente tem estruturas precárias.  A gente quer encontrar um um local adequado para atender a população para atender profissional. Eu acho o seguinte. Eu enquanto cidadão, eu entro no ambiente, em um órgão público que está depreciado cadeiras quebradas caindo, você já entra lá com a sensação que tem problema não vai ser resolvido. Quando você entra num ambiente que está bem cuidado no ambiente que ela traz uma sensação de que as coisas aqui funcionam. “

Há mais de seis meses de governo, a valorização dos policiais civis e o investimento na instituição não têm sido prioridades. O programa de segurança pública, que deveria ter sido lançado desde abril, ainda não saiu do papel. É importante ressaltar que nenhum programa dessa natureza terá sucesso sem a participação de todos os atores envolvidos na segurança pública.