UFAL e Agrovale desenvolvem cultivar resistente ao fungo do carvão da cana-de-açúcar

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Uma variedade altamente produtiva, refratária ao florescimento e resistente ao fungo do carvão da cana-de-açúcar, que tem maior eficiência no uso de nutrientes produzindo mais por quilo de adubo aplicado na lavoura. Esta é a cultivar RB961003, que foi disponibilizada comercialmente para o setor produtivo durante liberação realizada na manhã desta quinta-feira (26), na Agrovale, em Juazeiro -BA.

Desenvolvida através do Programa de Melhoramento Genético da Cana – de- açúcar (PMGCA), do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (CECA), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), e a Usina Agrovale, a nova cultivar é o resultado de um cruzamento de variedades de cana, realizado pela Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa), que se adaptou ao solo, clima e manejo da empresa pioneira na colheita de cana-de-açúcar plenamente irrigada no semiárido nordestino.

Durante a programação da liberação da cultivar, foram ministradas palestras sobre a usina, o manejo e a contribuição da Ridesa para o setor sucroenergético brasileiro. De acordo com o professor da UFAL, Geraldo Barbosa, esta rede foi formada em 1990 por um convênio de cooperação técnica entre 10 Universidades Federais com participação financeira da agroindústria canavieira.

“O processo de melhoramento genético de uma nova variedade de cana-de-açúcar leva 15 anos, em média. As letras e os números presentes na nomenclatura da variedade têm um significado de referência. A sigla RB significa ‘República do Brasil’, já os dois primeiros números o ano de cruzamento, enquanto que os demais números se referem à Universidade pela qual a variedade foi liberada”, explicou. O professor Barbosa esclareceu também que o processo de liberação da RB961003 foi aprovado em 2021, e somente oficializado agora, em outubro, em função da pandemia da Covid – 19.

Ainda durante o evento, foram evidenciados temas como a base e a consolidação da pesquisa para um público formado por professores, pesquisadores da Universidade, agrônomos, técnicos canavieiros e lideranças políticas de Juazeiro.

No final da programação, os participantes fizeram uma visita às áreas experimentais da cultivar RB961003. “Devido a resistência ao fungo do carvão da cana, a principal doença de cana na nossa região, essa variedade tem crescido muito na área comercial, atingindo hoje 50% de toda cana plantada com garantia de sanidade e certificado de origem.”, conforme concluiu o gestor de Pesquisa e Desenvolvimento Agronômico da Agrovale, Henrique Maia