Petrolina: Compesa não tem competência está paralisada, diz diretor da ARMUP

0
Rubem Franca, diretor presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Município de Petrolina (Armup). (Foto: Milena Pacheco/ Nossa Voz)

O diretor presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Município de Petrolina (Armup), Rubem Franca, concedeu entrevista nesta quinta-feira (5) ao programa Nossa Voz respondendo as reclamações dos ouvintes e relatou sobre as ações realizadas pela prefeitura municipal contra a Compesa sobre os estouramentos da rede de distribuições de água em Petrolina.

Questionado sobre as ponderações concedidas pelo gerente Regional da Compesa João Raphael de Queiroz em entrevista na segunda-feira (2) ao Nossa Voz, Rubem Franca destacou.

“Eu não concordo em gênero, número e grau com as explicações que o gerente Regional da Compesa deu aqui no programa explicando os motivos pelos quais Petrolina passa com a falta água, falando que é por causa da temperatura, problemas e as obras municipais. A gente tem um manancial que é o Rio São Francisco, o rio tem água suficiente para abastecer nossa cidade, depois a gente tem uma produção de água tratada, temos três estações, a do centro que tem 600 litros de água tratada por segundo a ETA Vitória que foi um grande investimento da Compesa, é de primeiro mundo, são 400 litros de água por segundo. Depois uma pequena estação de tratamento de água de 100 litros, as três dão 1.100 litros de água por segundo que possibilita um abastecimento em 35 anos, se a Compesa diminuir a perda de água com os estouramentos. Ela tem 110 milhões de faturamento líquido por ano”, declarou.

Sobre faturamento e investimentos:

“A Compesa tem 110 milhões de faturamento líquido por ano, a gente tem água do São Francisco tratada, essa água abastece os munícipes da nossa cidade e tem faturamento, nesses anos que se passou ela investiu apenas em tratamento de água e não investiu na sua distribuição. Isso tava previsto, já disse e vou repetir, no plano de metas de investimentos de 2007 isso tava em uma caixinha, naquele plano de metas que ela deveria fazer nas tubulações, grandes tubulações que leva água na pressão suficiente para os diversos bairros da cidade. Essas tubulações passam pela Avenida da Integração, Monsenhor Ângelo Sampaio, passa pela Fernando Góis e Souza Filho desde 2007. Essas tubulações são antigas tem mais de 30 anos de idade, chegou sua vida útil, estão cansadas não suportam grandes pressões. Quando chega a temperatura baixa, no inverno não se fala em falta d’água em Petrolina, mas quando chega a temperatura alta, 40 graus os bairros periféricos que precisam subir mais pressão nas suas tubulações a Compesa diz que não a Compesa me mostre quando foi trocada um metro de tubulação na Avenida da Integração”, pontuou.

De acordo com Rubem outros estouramentos vão existir. “Vão vir em sequência, a Armup fez dois autos de infração em sequência só essa semana, o primeiro foi na Souza Filho, a Compesa disse que era uma obra emergencial (…), não tivemos conhecimento e autuamos, não tivemos conhecimento de nada”, disse.

“O segundo auto de infração foi pelos três estouramentos em uma Avenida de grande fluxo de veículos na cidade, outra infração na Integração e Monsenhor Ângelo Sampai, essas são tubulações que levam água para milhares de pessoas. Não existe dialogo, mas pessoalmente com João Raphael ele é um Gentleman da mesma forma que procuro ser, ele me responte de imediato, mas o que acontece é institucionalmente, as coisas não funcionam, ele não consegue, e não vai conseguir atender aquilo que Petrolina precisa”, destacou Rubem Franca.

Questionado se a Compesa tem competência em gerir serviços na cidade, o diretor da Armup respondeu. “Eu entendo que não, a competência está paralisada com relação aos seus investimentos, pelo menos ele não demonstra, com esse dinheiro da para resolver esses problemas com certeza, a Compesa continua informando que faz subsídios cruzados que é pegar parte desse dinheiro que ela recebe e levar para as cidades desfitarias, isso ela não abre mão, porque vai para o caixa geral da Compesa e daí leva para as cidades. Se a nova empresa vir ela terá que investir e vai ficar no prejuízo durante sete anos”, contou.
(Por: Iara Bispo/ Nossa Voz)