Pernambuco já vacinou mais de 236 mil crianças contra a poliomielite

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Foto: Arquivo Ascom PMP

O último caso de poliomielite registrado no Brasil foi em 1989, na Paraíba. Em 1994, o país e toda a região das Américas receberam da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado de interrupção da transmissão da doença. Esse feito só foi possível com o aumento da vacinação das crianças, evitando a reintrodução do vírus selvagem da pólio em território nacional, apesar da ocorrência em outros países. Atualmente, com a baixa nas coberturas, faz-se um alerta para que os pais e responsáveis façam a adesão à Campanha Nacional de Multivacinação em curso até o dia 30/10, que objetiva ampliar os índices vacinais para manter o país livre da poliomielite. Até o momento, mais de 236 mil crianças entre 1 ano e menores de 5, público-alvo da ação, já tomaram a gotinha extra contra a enfermidade. A população total no Estado nessa faixa etária é de mais de 549 mil. Os menores de 1 ano também devem atualizar o esquema básico.

Na década de 1980, Pernambuco registrou 287 casos de poliomielite. Desses, 25 vieram a óbito, sendo o último registrado em 1988, mesmo ano do último caso. Naquela década, as coberturas vacinais, normalmente, ficavam abaixo dos 50%, enquanto hoje o preconizado é ter, no mínimo, 95% das crianças imunizadas. Em 2019, o Estado vacinou 85%. Neste ano, até o momento, 62,25%.

“Ficamos entre 1995 e 2015 com as coberturas vacinais acima dos 95%, contudo, desde 2016, não atingimos mais a meta. Isso é preocupante porque deixa nossa população suscetível ao vírus, que ainda causa adoecimento no Paquistão e Afeganistão. Com o trânsito recorrente das pessoas entre países, a única forma de evitar uma reintrodução da pólio é por meio da imunização, que é gratuita, segura e disponibilizada de rotina nos postos de saúde de todos os municípios pernambucanos, além dos momentos de campanha, como este que estamos vivenciando”, afirma a superintendente de Imunizações da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), Ana Catarina de Melo.

A gestora lembra que, durante a campanha, poderão ser aplicadas as doses para completar o esquema básico (vacina injetável). Já para as crianças entre 1 e menores de 5 anos, com o esquema básico completo, é feita uma dose de reforço (gotinha).

“Ano passado, algumas Gerências Regionais de Saúde conseguiram atingir a meta mínima para a poliomielite, mas o Estado como um todo ficou com 85%. Precisamos de uma cobertura homogênea para criar uma barreira efetiva contra a doença, a chamada imunização de rebanho. Lembro que a vacinação protege não apenas quem toma a dose, mas também aqueles que, por alguma questão de saúde, não podem ser imunizados. Ou seja, esse é um ato em benefício não apenas do indivíduo, mas do coletivo”, ressalta Ana Catarina.

CAMPANHA – Além da vacinação de pólio, a Campanha Nacional de Multivacinação oferta todas as doses do calendário básico para atualização das cadernetas dos menores de 15 anos. Para as crianças abaixo de 7 anos, as unidades disponibilizam os seguintes imunizantes: BCG, hepatite B, pentavalente, poliomielite, rotavírus, pneumocócica 10, meningocócica C, febre amarela, tríplice viral, varicela, hepatite A e DTP. A partir dos 7 anos, até os menores de 15, podem ser feitas as doses da hepatite B, febre amarela, meningocócica ACWY, HPV e varicela.