Morador do Dom Avelar ironiza: “O que cresce em Petrolina são os matos e as muriçocas”

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(Foto: Karine Paixão/ Nossa Voz)

Em entrevista ao Programa Nossa Voz, nesta terça-feira (3), moradores do bairro do Dom Avelar relatam a situação da saúde e falam que desmembrar a Unidade Básica de Saúde, Eleonor Elisa, em Petrolina é um desrespeito à população.

A unidade de saúde Eleonor Elisa era uma AME e funcionava como atendimento para a população do Dom Avelar, as equipes de atendimento foram desmembradas, outras unidades de saúde foram inauguradas aqui na região, mas a situação de boa parte da comunidade do bairro Dom Avelar é complicada. Os moradores que residem a 400 metros do posto de saúde, ou seja bem perto da unidade precisam agora andar cerca de 3 a 4 km para a unidade do bairro São Joaquim, sem falar que para conseguir atendimento é aquela velha história, os moradores precisam chegar bem cedo, pegar fichas e aguardar.

Moradores em frente a Unidade de saúde, Eleonor Elisa, Petrolina. (Foto: Karine Paixão/ Nossa Voz)

O morador Cicero Berto diz que a população está sofrendo. “Quero debater os direitos do Dom Avelar, a comunidade está sofrendo muito, falta médico, falta remédio, o prefeito falou que estava com saudades de ver Petrolina crescer, mas o que está crescendo são os matos, a lama e as muriçocas, a recompensa dele vai vir no próximo ano’, destacou.

Segundo Maria do Socorro Sena a pessoa ser atendida em outro bairro é uma injustiça. “Moro no Dom Avelar, não vou no São Joaquim não, tenho medo do assalto, a gente paga imposto, lá é uma casinha apertada e isso é injusto. Meu esposo é hipertenso até o remédio tenho que correr atrás porque aqui não tem, vou até o centro buscar, eu também tenho problemas de depressão e para chegar no São Joaquim é meia hora”, disse.

Moradora há 20 anos do bairro Dom Avelar, Josefa Belarmino desabafa. “Moro na rua Perseverança bem perto do posto de saúde, o atendimento erá bom, mas no São Joaquim é apertado, meu filho faz tratamento de febre reumática. Lá nem é posto é uma casinha, a gente precisa do apoio, da consulta e ir para o São Joaquim não tem nada a ver.”

Para Rogério Silva, líder comunitário do bairro Dom Avelar, disse que ninguém foi informado sobre essa situação da Secretaria de Saúde. “Na verdade informação nem um foi passada, só boatos, fizemos reuniões com os moradores, convidei a equipe da Secretaria de Saúde por 3 vezes, informei a situação, também pontuei a distância dessas ruas desmembradas. Nós do bairro Dom Avelar não tem nada contra a unidade do São Joaquim, mas tirar a dessa unidade fica ruim, pois para ir até lá as ruas são desertas, cheias de buracos, foi repassada essa situação. As equipes médicas estão desfalcadas, promessa é que em 2020 a equipe médica será normalizada. A Secretaria precisa repensar e escutar a população”.

Ainda, de acordo com Elisângela Cristóvão é preciso se deslocar 6 da manhã para uma consulta, “mesmo chegando cedo, não conseguir consulta são 27 fichas, falta vacina, sem falar que o povo não atende bem, desde semana passada a atendente disse que hoje (3) não tem previsão de atendimento. Cade o prefeito? O prefeito não está correndo atrás disso?” Destacou!

Segundo relatos dos moradores, o atendimento com dentista não supre a demanda, são poucas fichas e ainda precisam chegar na unidade de saúde às 4 da manhã para conseguir atendimento.

Daniela da Silva precisou da unidade de saúde e estava fechada, “sentindo muita dor de cabeça procurei o posto de saúde ontem (2), fui pela manhã tava fechado, fui à tarde fechado. Não tem médico”, disse.

A produção do Nossa Voz entrou em contato com a Secretaria de Saúde para saber quando será normalizado essa situação, mas não obtivemos respostas.
(Por: Iara Bispo/ Nossa Voz)