IBGE: Pernambuco fecha 2022 com menor taxa de desocupação desde 2015

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A taxa de desocupação de 2022 em Pernambuco chegou a 14,2% da população em idade de trabalhar, o segundo maior percentual do Brasil, atrás apenas da Bahia (15,4%). Ainda assim, essa é a menor porcentagem desde 2015, quando o indicador chegou a 10%. Também houve uma queda de 5,7% comparado a 2021, quando o índice foi de 19,9%, o maior do país no período. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE nesta terça-feira (28). 

Em números absolutos, a população desocupada em Pernambuco, ou seja, que procurou emprego e não encontrou, foi de 607 mil pessoas em 2022, 27% a menos do que no ano anterior. A pesquisa mostra ainda que a taxa de informalidade – trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar – teve uma variação discreta, de 51,9% da população ocupada em 2021 para 51,2% em 2022. No total, 1.874.000 pernambucanos trabalharam na informalidade em algum momento de 2022.

“No estado, o trabalho informal tem absorvido os trabalhadores que procuram emprego, mas não encontram. Embora esse movimento tenha ajudado a diminuir a taxa de desocupação, é importante que o mercado de trabalho local também ofereça ainda mais vagas formais”, avalia a gerente de planejamento e gestão administrativa do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita.
A população na força de trabalho pernambucana em 2022 chegou ao maior número de sua história: 4 milhões e 273 mil pessoas, um aumento de 2,3% perante o ano anterior. Esse grupo é composto pela soma de trabalhadores desocupados e de trabalhadores ocupados, tanto formalmente quanto informalmente. Enquanto a população na força de trabalho aumentou, o rendimento médio habitual de todos os trabalhos diminuiu para R$ 1.950, o menor valor desde o início da PNAD Contínua, em 2012.

Outro dado que chama a atenção no levantamento é a queda de 23,8% no número de pessoas desalentadas, passando de 498 mil em 2020 para 380 mil no ano passado. A população desalentada é definida como aquela que está fora da força de trabalho, que não havia realizado busca efetiva por trabalho pelas seguintes razões: não conseguir trabalho, ou não ter experiência, ou ser muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho em sua localidade e que, se tivesse encontrado trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. 

Taxa de desocupação caiu para 12,3% e rendimento médio aumentou no quarto trimestre de 2022

O IBGE também divulgou os resultados da PNAD Contínua para o quarto trimestre de 2022 e a taxa de desocupação recuou para 12,3% da população em idade de trabalhar em Pernambuco, o menor índice desde o 4º trimestre de 2019, o último antes da pandemia de Covid-19. A queda no desemprego foi de 1,6 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quando a taxa chegou a 13,9%. Mesmo assim, o estado teve a terceira maior taxa de desocupação do país, atrás apenas do Amapá (13,3%) e da Bahia (13,5%).

O levantamento também apurou a taxa de desocupação nas regiões metropolitanas e nas capitais no quarto trimestre de 2022. O Grande Recife também ficou em segundo lugar, com 15,2%, superado pela Grande Salvador (15,4%). Já a capital pernambucana ficou empatada com Aracaju na segunda posição, com 13,1%, enquanto a liderança ficou com Salvador (14,3%).
Em números absolutos, 525 mil pernambucanos procuraram emprego entre outubro, novembro e dezembro e não encontraram. Foram 75 mil pessoas desocupadas a menos em relação ao 3º trimestre de 2022. O número também é menor em comparação ao quarto trimestre de 2021, quando 723 mil pessoas, ou 17,1% da população em idade de trabalhar, haviam procurado trabalho, mas não encontraram.

Enquanto isso, o número de pessoas ocupadas em Pernambuco teve uma pequena variação, de três milhões e 708 mil pessoas no 3º trimestre para três milhões e 738 mil trabalhadores no 4º trimestre, mas essa diferença configura estabilidade do ponto de vista estatístico. 

O número de empregados do setor privado cresceu 4,5% no acumulado de outubro a dezembro frente ao trimestre anterior, chegando a um milhão e 746 mil trabalhadores, um saldo de 75 mil pessoas a mais. 
Outro destaque na PNAD Contínua foi o aumento na quantidade de trabalhadores da iniciativa privada com carteira, passando de um milhão e cem mil para um milhão e 164 mil pessoas, um avanço de 5,8%. O grupo de trabalhadores familiares auxiliares, que trabalharam sem remuneração ajudando a atividade econômica de membro do domicílio ou de parente, diminuíram 21,8%, passando de 67 para 52 mil pessoas entre o 3º e o 4º trimestre de 2022.

A taxa de informalidade, por sua vez, caiu de 50,6% da população ocupada no terceiro trimestre de 2022 para 48,4% no último trimestre do ano passado. O percentual equivale a um milhão e 808 mil pessoas. Pernambuco foi um dos três estados onde o rendimento médio habitual das pessoas ocupadas aumentou: a variação foi de 9,7% no acumulado de outubro a dezembro em relação ao trimestre anterior e o valor chegou a R$ 2.038. Quando se compara com o último trimestre de 2021, o ganho foi de 12,3%. (Foto: Ilustração)