Governo de Pernambuco cobra resposta sobre plano nacional de contenção de óleo pesado

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(Foto: Ascom/ Governo de Pernambuco)

O Governo de Pernambuco cobrou informações ao Governo Federal sobre a existência e o funcionamento de um plano de contingência para contenção de vazamento de óleo pesado produzido pelo país. Durante a 91ª reunião da Associação Brasileira de Entidades Estaduais do Meio Ambiente (Abema), que está sendo realizada nesta quinta-feira (7) no Recife, a representação estadual cobrou uma resposta a essa questão, cujo ofício foi enviado há 10 dias à Marinha, Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Ibama, mas segue sem resposta.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) de Pernambuco, José Bertotti, esse é um dos dois grandes questionamentos que a gestão espera receber do Governo Federal quanto à questão do vazamento de óleo no momento. “O óleo, segundo a Marinha, ainda que ela não tenha apresentado documentos, é pesado. Isso se consegue identificar pelas análises que foram feitas e que poderia ser proveniente de um campo de produção na Venezuela. No entanto, o Brasil também produz 10% de petróleo pesado. Se há produção de 300 mil barris por dia no país desse óleo, segundo o site da ANP, e o transporte é em alto-mar, como o Brasil faria uma possível contenção?”, questionou o secretário.

Segundo ele, esclarecer essas informações é fundamental para efeitos de transparência. O Estado solicitou, via Semas, as cópias dos planos de contingência das empresas brasileiras que produzem petróleo pesado no Brasil. “Isso poderia nos ajudar a fazer a contenção do petróleo pesado aqui, mesmo que ele tenha sido produzido em outro país. Existem muitas questões a serem esclarecidas. A principal, que nos mantém em alerta, é de onde veio, quanto vazou de óleo e por que não se conseguiu identificar ainda essa fonte”, acrescentou Bertotti. Os questionamentos foram feitos à representante do Ibama, que está no Recife e participa da reunião da Abema.

Outro ponto abordado pelo Governo Estadual durante a reunião foi o pagamento dos pescadores que estão impossibilitados de trabalho em função da chegada do óleo à costa. “O Governo Federal disse que resolveria a questão, mas essas pessoas ainda não receberam seus recursos. Isso é necessário, pois eles não estão conseguindo colocar o pescado no mercado”, detalhou Bertotti. De acordo com ele, o estado trabalha atualmente na limpeza de óleo entranhado na área de Praia de Pedra do Xaréu, no Litoral Sul, e para evitar a contaminação de estuários, com a retirada do óleo que está submerso e o monitoramento das áreas de arrecifes. “Hoje nos foi confirmado pelo Ibama na reunião que o plano de contenção só começou a ser colocado em prática 43 dias após o aparecimento das primeiras manchas”, disse o secretário. (Fonte: Diário de Pernambuco)