Drenagem mal feita resulta em alagamento de travessa no Jardim Petrópolis

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Moradores da Travessa 01 no bairro Jardim Petrópolis enfrentam problemas diante da falta de drenagem das águas acumuladas no local. A situação agravou-se ainda mais quando, segundo foi relatado ao Nossa Voz, a Associação de Moradores alugou uma bomba para puxar a água acumulada em outra parte do bairro e escolheu o canal de escoamento das águas pluviais como ponto de descarte. O resultado disso foi a sobrecarga do local que transbordou e alagou a referida travessa. 

Cansada de conviver com essa situação, Cremilda Souza busca uma solução. “Com os dias de estiagem, não tínhamos mais a água acumulada das chuvas. O problema é que o pessoal das ruas lá de cima, junto com a associação, estão colocando bombas de grande porte e estão alagando a nossa rua. Estão desafogando uns e alagando os outros e ninguém toma providências. Estão prejudicadas a Travessa 01 e a entrada da Rua 01. Se eles acham que a gente está incomodando demais, como disseram para mim, então ou eles nos indenizam ou venham fazer a desobstrução do canal. Mas sempre fazem a promessa e não aparecem”, cobrou.

 Ângela, que relata ter problemas de saúde crônicos, não esconde a tristeza em conviver com a lagoa que se formou ao redor da sua residência. “Eu moro aqui há quase 20 anos. A minha casa está toda cercada de água, assim como a casa da minha filha, que entra e sai pisando na água, com uma criança de um ano que tem necessidades especiais. As minhas paredes de um lado estão caindo e o que eles nos respondem é que estamos incomodando demais e nada é feito nesse canal. Um joga a culpa para o outro e não aparece o culpado. Tudo que eu queria era sair daqui”. 

Maria das Dores tem uma filha de dois anos e lamenta que a filha não tenha o direito de brincar na rua, diante do lamaçal constante no local. “Não tem condições de sair de casa não. Já tem muitos anos que moro aqui. Tem sapinhos pequenos nessas águas, invadindo os banheiros. Quem tem criança pequena e sai para trabalhar, sabe que elas não terão condições de brincar na porta de casa. Eu peço que eles deem uma providência aqui. A gente aqui não dorme direito por causa desses problemas. O canal aberto representa um risco para as nossas crianças, há um risco que elas caiam dentro dele. Sem falar nas doenças que essa falta de estrutura podem trazer”, lamentou. 

O Nossa Voz entrevistou o secretário executivo de Serviços Públicos de Petrolina, Alisson Oliveira, que informou que a bomba tem sido utilizada pela Associação de Moradores do Jardim Petrópolis, cedida por um político local, cujo nome não foi informado. As casas construídas próximo ao canal integram uma ocupação irregular da área, mesmo assim não ficaram desassistidas durante a enchente. 

“Essa água que você viu na porta da residência, estava a 50 cm de altura antes. Fomos no outro final de semana, fizemos um grande trabalho lá, passamos o final de semana voltados à tarefa de desobstruir algumas manilhas que estão incorretas também. Para receber toda aquela água, o ideal seriam duas manilhas de um metro. As que estão instaladas lá são de 300 milímetros, então, não dão vazão. Elas foram feitas há uns 10 anos atrás pela pessoa que fez o empreendimento mais próximo ali. E não se trata de uma culpa de CNPJ, na época, havia a ideia de que isso seria possível, mas hoje não é mais. Estamos sentando com todos os órgãos envolvidos nessa assistência, com a Defesa Civil, para fazer essa mudança de manilha, mas a bomba não pode ser acionada neste momento. Estamos conversando com os moradores, orientando que só liguem a bomba quando houver a necessidade máxima. E quando seria isso? Se chover e a lagoa subir de volume, consequentemente eles podem acionar. O canal está todo limpo, mas não pode receber essa bomba de grande porte”, explicou .