Advogados de defesa e acusação, pais de Beatriz Angélica e promotor falam com a imprensa sobre audiência

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Rafael Nunes - advogado. Foto: Moacir Santana

O advogado Rafael Nunes,  defensor do acusado de assassinar a menina Beatriz Angélica Mota, Marcelo da Silva, concedeu entrevista para a imprensa em frente ao Fórum Doutor Manoel Francisco de Souza Filho na manhã dessa terça-feira (22).

“A defesa irá botar seu time em campo hoje, esse é o primeiro momento em que a defesa vai ter a oportunidade de indagar testemunhas. (…) Esse é um momento ímpar, esse é o momento onde a defesa terá a oportunidade fazer diversas indagações e a resposta ela vai ter que vim”. afirmou Nunes.

“O DNA de Marcelo está disponível desde 2019, porque só agora as vésperas da federalização, depois da genitora ter caminhado 700km querendo justiça, uma mulher forte, uma mulher de fibra, querendo justiça, só agora, entendeu? Então assim, a defesa irá rechaçar”, informou Rafael em defesa ao réu.

Promotor Érico Oliveira. Foto: Moacir Santana

O promotor Érico Oliveira também conversou com a imprensa antes de iniciar a audiência. “Desde 2015 a sociedade de Petrolina busca um resultado para esse crime bárbaro e cruel, covarde, que aconteceu com a menina Beatriz. Após a conclusão da investigação, foi apurada a responsabilidade criminal a Marcelo, o inquérito foi apresentado ao Ministério Público, foi com cuidado, muito zelo, oferecida a denúncia,  em face de Marcelo. Agora, neste momento, passamos para a fase processual, foi oferecida a denúncia, foi recebida a denúncia, inicia-se na data de hoje a devida instrução processual do caso, ao tempo que serão realizadas as oitivas das testemunhas de acusação, mais precisamente na data de hoje”, informou.

Jaime Badeca, advogado de acusação. Foto: Moacir Santana

Para o advogado de acusação, Jaime Badeca, Marcelo da Silva é o autor do crime. “Nós acreditamos sim, com todas as evidências do caso do inquérito, muitas informações que estavam até então sob sigilo de justiça para proteger a investigação, para que não houvesse nem um tumulto na obtenção, na produção dessas provas, mas é farta a prova. A gente sabe que a sociedade ficou com o pé atrás com relação à identificação do Marcelo da Silva, porque foi logo depois da caminhada. Foi no calor da caminhada, daquela pressão, daquela mobilização, que ocorreu em todo estado de Pernambuco, foi logo em seguida que houve a identificação do Marcelo, mas vocês vão em etapas, em breve, ter detalhes de todos os elementos probatórios que apontam com absoluta certeza, com absoluta convicção a autoria desse crime bárbaro por parte do Marcelo da Silva”, afirmou.

Lucinha Mota foi recepcionada com palavras de ordem por integrantes do Movimento Somos todos Beatriz que pediram justiça e resposta no caso Beatriz. 

Lucia Mota e Sandro Romilton, pais de Beatriz Angélica Mota conversaram com a imprensa na manhã desta terça (22). Foto: Moacir Santana

“Hoje é um dia muito importante, é o dia que se inicia a justiça por Beatriz, o que deveria ter acontecido era que o colégio deveria ter preservado todas as vidas naquele momento, ter respeitado a legislação municipal, a legislação estadual, e garantir a todos que estavam naquele evento a segurança à vida. Infelizmente o colégio resolveu por arriscar e colocou a vida de todos que estavam ali em risco. A vida que foi ceifada foi a vida da nossa princesa Beatriz, a nossa vida. Quando esse monstro, Marcelo da vida,  tirou a vida de Beatriz, ele não nos deu a oportunidade, a mim e a Sandro, de lutar pela vida dela, de garantir a ela a vida dela. Então, por isso, a gente se agarrou à justiça, a força de Deus, a nossa fé, para garantir a Beatriz que esse inquérito fosse solucionado, que o assassino de Beatriz fosse identificado e pagar por essa barbárie, essa covardia, porque o que a gente pode chamar desse ato é de covardia”, disse Lucinha. 

Sandro Romilton, pai de Beatriz contou como se prepararam para esse momento. “Nós realizamos em conjunto com o grupo Somos todos Beatriz mais de 60 manifestações, de todas as espécies. A última, aquela caminhada para Recife, mais de 700 quilômetros, foi uma decisão muito difícil, foi uma manifestação radical, uma manifestação de muita força,  e que teve resultado. Dessa vez nós pudemos, diante do governador, de toda cúpula de segurança pública, com várias testemunhas, muitas pessoas presentes, a gente pode trazer uma demanda que era preciosa pra gente e fomos ouvidos, acho que pela primeira vez fomos ouvidos, e foi breve a resposta.”, disse.

“Muito difícil, foram quase sete anos assim, nós estamos chegando perto da data, dez de dezembro, que completará os sete anos e vou dizer, nunca foi fácil, nunca teve momento de alívio. Hoje mesmo, pra tá aqui, a gente precisou nos concentrar bastante dias, nós, eu e Lucinha, a família, pra tá hoje aqui em pé, consciente, de cabeça erguida, olhando pra sociedade, apontando um assassino, não é fácil”, declarou Sandro.

A audiência continua na tarde dessa segunda e em seguida nesta terça.