“A gente pede que a classe patronal valorize a nossa mão de obra”, afirmou a presidente da STTAR Petrolina

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Foto: Carol Souza

Começa hoje (7) no auditório do Senar Juazeiro a 29ª negociação entre os dirigentes sindicais do Vale do São Francisco Pernambuco/Bahia e o sindicato que representa os produtores rurais.

A equipe de reportagem do programa Nossa Voz conversou com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Petrolina, Maria Joelma, que está à frente das negociações unificadas dos sindicatos dos dez municípios da Bahia e Pernambuco.

“A gente pede que a classe patronal valorize a nossa mão de obra porque, nós trabalhadores, a gente enriquece o Vale São Francisco. Nós não temos alimentação no local do trabalho, a gente pede na nossa pauta. A gente quer um salário digno, que na nossa pauta tá R$ 1430, a gente pede a cesta básica, que é uma segurança alimentar, a gente pede a permanência da Convenção Coletiva, que é o não pagamento dos 6% do transporte, que a gente permaneça com o pós-chuva, uma valorização para o nosso povo”, destacou Joelma.

“A gente pede que seja reconhecido o dia 17 de fevereiro como o dia do assalariado Rural, do Trabalhador assalariado Rural, que foi quando nós finalizamos a primeira negociação coletiva. Estamos indo para a mesa de negociação. Hoje é a primeira rodada. Estamos indo para negociar, pedir à classe empregadora que reconheça esse nosso trabalho”, afirmou Joelma.

“Eles mandaram ontem a contraproposta que veio com quatro cláusulas e a gente tá analisando, vamos debater isso na mesa de negociação hoje, amanhã e depois e aí, se não finalizar, a gente já marca uma nova sentada”, disse a presidente.

 “A gente vai com muita garra, com muita determinação, os delegados sindicais estão aqui, os trabalhadores estão sendo bem representados, essa diretoria está com muita vontade de fazer uma negociação, que seja bom para os dois lados”, finalizou.

A pauta dos assalariados foi encaminhada em dezembro de 2022. Eles reivindicam: salário base de R$ 1.430; tratoristas e irrigantes devem ganhar 1,5 piso da categoria; pagamento de salário até o 2º dia útil; gratificação de R$ 120 para raleador (a), amarrador (a), podador(a), embalador(a), toalete e reboqueiros; garantia de cesta básica; feriado no Dia do Trabalhador Assalariado Rural; pagamento de Auxílio Gás; valor da hora extra de 70%; entre outras cláusulas, além da manutenção de toda a convenção coletiva de trabalho que está em vigor.

Reunião para alinhar estratégias

Nesta segunda-feira (6), os dirigentes sindicais que representam os trabalhadores assalariados rurais se reuniram em Petrolina para alinhar as estratégias de defesa da pauta da categoria. Representantes da FETAR Bahia, do Sttar Juazeiro, STTAR Lagoa Grande, STTAR Belém do São Francisco, STTAR Casa Nova, STTAR Petrolina; os advogados Bruno Ribeiro, da bancada dos trabalhadores e Marília Calado, do STTAR Petrolina; além do presidente da FETAEPE, Gilvan Antunis e do presidente da CONTAR, Gabriel Bezerra, participaram do encontro.

O dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados, que é do Rio Grande do Sul, falou da importância da Convenção Coletiva de Trabalho e afirmou que o Vale é exemplo para todo o Brasil. “No Rio Grande do Sul não temos convenção coletiva no setor da fruticultura e os retrocessos chegaram, como agora que nós tivemos mais de 200 trabalhadores resgatados do trabalho escravo”, destacou Gabriel Bezerra.

Gilvan Antunis também exaltou a CCT Unificada do Vale e destacou que o patronal precisa estar sensível às demandas dos trabalhadores assalariados rurais. ” É importante que o patronal reconheça a classe trabalhadora e que possamos realizar o compromisso de sair de uma convenção, fazendo um bom acordo coletivo de trabalho”, afirmou o presidente da FETAEPE, Gilvan.

O presidente do STTAR Juazeiro destacou que uma das principais lutas dessa negociação é o reajuste salarial. “Nos últimos anos tivemos uma perda da massa salarial significativa. E é imprescindível que a classe patronal concorde com o piso salarial de R$1.430,00”, salientou Zezinho.

A presidente do STTAR Petrolina pontuou que o trabalho não se encerra na negociação. “Vamos seguir trabalhando. Após as negociações, vamos continuar no campo para garantir que a convenção seja cumprida”, assegurou Maria Joelma.

Da redação do Blog Nossa Voz com informações da Ascom STTAR Petrolina