Representantes de países da América Central fazem intercâmbio de experiências no Vale do São Francisco

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(foto: ABC)

Terminou nesta semana a visita de delegações de Honduras, Guatemala e El Salvador participaram de uma série de atividades em Petrolina e cidades circunvizinhas. O intercâmbio, realizado durante os dias 19 a 26 deste mês, tenha como meta a fim de trocar experiências e conhecimentos sobre a convivência com a escassez de água.

Apoiado pela Embrapa Semiárido, o intercâmbio Brasil-América Central faz parte do Programa de Cooperação Internacional da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Em visita à sede da Embrapa em Petrolina, nos dias 25 e 26, a delegação conheceu o papel da Empresa no desenvolvimento de tecnologias que contribuem para fomentar a agropecuária da região do Semiárido. Entre as práticas locais, foram apresentadas as experiências com captação, armazenamento e manejo de água de chuva, com tecnologias como as cisternas e barragens subterrâneas, além da agricultura biossalina.

Os representantes dos países centro-americanos também desfrutaram da programação do Semiárido Show, principal evento de inovação tecnológica realizado pela Embrapa para a agropecuária dependente de chuva do Nordeste. Na feira, a delegação participou do Workshop Internacional de Troca de Experiências em Regiões Semiáridas, realizado no dia 19 de novembro, em Petrolina. Eles também assistiram a minicursos e conheceram diversas alternativas tecnológicas de convivência com o Semiárido.

Durante a vinda ao Brasil, as delegações ainda visitaram outras instituições e empresas da região, além de conhecer comunidades rurais e suas experiências de sistemas de produção para a agricultura familiar.

Para o coordenador do projeto América Latina e Caribe sem Fome da FAO, Ronaldo Ferraz, é crucial a atualização dos conhecimentos a fim de fortalecer as ações relacionadas ao desenvolvimento da agricultura nos países. “Essa troca de informação é uma experiência muito boa. E eles tiveram a oportunidade de participar de cursos, oficinas e ter uma vivência maior das alternativas implantadas na região”, salienta.

Mannuel Sousa, representante do Ministério da Agricultura de El Salvador, reforça a importância do momento.  “Muito enriquecedor, principalmente porque temos características semelhantes”, completa.

Entre visitas, encontros e troca de conhecimentos, a cooperação articulada pela FAO, ABC e Embrapa possibilitou o intercâmbio de práticas brasileiras e dos países do chamado Corredor Seco. Os debates giraram em torno dos desafios encontrados para desenvolver a agricultura em regiões com escassez de água, garantindo o manejo sustentável dos recursos naturais.

Flávio de França Souza, chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Semiárido, analisa a experiência como exitosa. “Técnicas de convivência com a semiaridez foram compartilhadas, expandindo o repertório de alternativas em cada região, o que certamente vai contribuir para aumentar a resiliência das populações locais. Temos grandes expectativas de que essa cooperação entre Embrapa, FAO e ABC possa ter desdobramentos que reforcem o intercâmbio entre os vários semiáridos ao redor do mundo”, reforça.

Países com escassez de água
O Corredor-Seco da América Central (CSC) abrange as planícies da área costeira do Pacífico e a maior parte da região pré-montanhosa central de Chiapas (no México), Guatemala, El Salvador, Honduras e Nicarágua, bem como a província de Guanacaste, na Costa Rica, e o Arco Seco do Panamá. De acordo com a FAO, é uma das regiões mais suscetíveis à variabilidade e às mudanças climáticas, acumulando danos causados pelas secas. (com informações Embrapa Semiárido, ABC e FAO)