Vacinação cai e traz de volta a rubéola, caxumba, catapora e sarampo

0
Diario de Pernambuco

As consequências da queda da cobertura de diversas vacinas no Brasil, verificada desde 2017, começam a ser percebidas mais claramente com o arrefecimento da pandemia da COVID-19. O retorno de doenças já erradicadas no país, como o sarampo, é um desses danos. Este ano, até 26 de fevereiro, nove casos da doença foram confirmados.

Segundo dados de um estudo técnico produzido pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), nenhuma das regiões do Brasil conseguiu atingir patamares mínimos entre os imunizantes disponíveis contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora (veja infográfico ao lado). Jonas Brant, professor da Universidade de Brasília (UnB) e epidemiologista, explica que, no caso do sarampo, devido à intensa transmissibilidade, é necessário que haja uma alta taxa de cobertura vacinal para impedi-lo de se propagar.

A meta de imunização pela vacina tríplice viral — que protege contra sarampo, caxumba e rubéola — prevista pelo Ministério da Saúde é de 95%. Só que, conforme dados coletados pelo DataSUS e organizados pela CNM, essa cobertura caiu nos últimos anos. Em 2019, a segunda dose da tríplice viral alcançou 81,55% do público alvo, mas, no ano passado, apenas 49,62% desta população foi atingida.

A Organização Mundial da Saúde anunciou que monitora casos de hepatite aguda grave de origem desconhecida em crianças na Europa. De acordo com a entidade, até o dia 8 de abril, foram notificados 74 casos no Reino Unido, sendo 10 deles na Escócia. Há relatos também de três casos confirmados na Espanha e ao menos seis, em investigação, na Irlanda.
De acordo com a OMS, é “muito provável” que mais casos da doença sejam diagnosticados nos próximos dias. Exames laboratoriais descartaram a possibilidade de a doença ser provocada pelos vírus já conhecidos de hepatite: A, B, C, E e D (quando aplicável).

SINTOMAS 

Os sintomas da doença incluem elevada taxa de enzimas hepáticas, vômito, diarreia e dores abdominais. No Reino Unido, a doença foi detectada em crianças de 1 a 10 anos. Seis pacientes passaram por transplante de fígado. Até o momento, não há relato de mortes em decorrência da doença.

A OMS informa ainda que há relatos de “vários casos” da nova doença em crianças infectadas pelo novo coronavírus e/ou adenovírus, embora o papel desses vírus na patogênese (mecanismo pelo qual a doença se desenvolve) ainda não esteja claro.

“A OMS está monitorando de perto a situação com outros estados membros e o Reino Unido e parceiros para casos com perfis semelhantes”, diz nota da OMS, que pede aos membros da organização para estarem atentos e reportarem casos semelhantes.

Foto: Reprodução