Recém-inaugurado, Abatedouro Público de Petrolina é alvo de denúncia na Feira da Areia Branca

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(Foto: Jonas Santos/Ascom PMP)

Inaugurado em 03 de junho, o Abatedouro Público de Petrolina está apresentando problemas logísticos, segundo denúncia feita ao Nossa Voz desta terça-feira (15) pela marchante Maria do Socorro Oliveira. Ela comercializa carnes na Feira da Areia Branca e tem amargado prejuízos em relação aos atrasos na entrega dos produtos. Além disso, Maria do Socorro reclama da falta de qualidade da proteína resultante do abate legalizado.

“O abate lá não está sendo feito corretamente em relação a higienização. As carnes estão vindo de péssima qualidade. Se eles fizeram tanta questão de reabrir para que levássemos os carneiros para o abate lá, então que venha uma carne boa, de boa qualidade, que a especificação seja feita corretamente. Não tem condições da gente levar a nossa criação para fazer um abate lá e a carne vir de péssima qualidade”.

Dejetos, restos de vísceras e até danos foram listados pela marchante. “Vem com dejetos, suja, com restos de fígado, que tem que tirar as fissuras mas eles deixam. Tem que tirar os dejetos. Carne machucada. Semana passada eu recebi de porco, porque trabalho com caprinos e suínos e o [a carne de] porco veio todo machucado. Não está vindo de boa qualidade”.

A logística envolvendo a entrega do produto final também estaria deixando a desejar. “Não tem condições para a gente que trabalha em feira livre. De um modo geral, às 04h, 05h da manhã estamos nas feiras, como é que vamos receber uma mercadoria às 09h, 10h da manhã, me diga? Não tem condições. Segundo eles, deram uma previsão de que a última entrega fariam as 05h da manhã, sendo que esse final de semana a mercadoria chegou nas bancas às 10h”.

Mas o atraso na entrega não é o único problema, de acordo com a Maria do Socorro. “Eles cobram a gente paga e não faz o abate da mercadoria. Foi o que aconteceu comigo domingo. A gente agendou no sábado, deixou pago, quando foi no domingo que a gente chegou, cadê a mercadoria? Dos 10 carneiros, não tinha nenhum. Tive que trabalhar com um restinho que eu tinha no freezer, mas os de lá não fizeram o abate, de nenhum dos 10 que deixei lá, que eu paguei, que estou com a nota aqui, não entregaram”.

Como justificativa, a comerciante recebeu uma informação que não a convenceu. “A justificativa que nos deram foi que a gente fez o pagamento lá em cima, no escritório, no caixa e não fomos no curral avisar as pessoas responsáveis. Sendo que, assim, se o pessoal do curral tem uma relação da quantidade de carneiros que vão morrer e chega lá e entrega ao pessoal do caixa, porque só faz o abate depois da relação curral chegar no caixa para saber quem agendou e quem foi que pagou. A gente tinha pagado, será que ele não viu?”, questionou deixando clara sua inconformidade. “Tem que ser feito por eles e não por nós. Isso não é nem justificativa que eles possam nos dar”.

Diante da situação Maria do Socorro busca reparação. “Quem vai arcar com meu prejuízo, porque eu perdi a feira de domingo? Hoje a situação se repetiu. São cinco carneiros pagos, a nota está ali. Fomos lá, pagamos no caixa, avisamos ao pessoal do curral, o pessoal do curral agendou e quando cheguei hoje, cadê? A gente não vai pegar, o caminhão deixa na feira, mas a gente vai buscar as vísceras. Chegamos lá e nos avisaram que não tinham matado. E aí? A gente fica perdendo tempo, tendo prejuízo. O que eles tem para me dizer? O que tem para me falar em relação a isso?”