Nordeste é a região com mais interesse na volta das atividades culturais no País, diz DataFolha

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(Foto: Ilustração/ Bárbara-Futuro)

O cenário deve ser animador para o setor cultural do Nordeste após a flexibilização dos protocolos sanitários. É o que aponta uma pesquisa realizada entre o Itaú Cultural e o Instituto DataFolha, divulgada nesta quinta-feira (8), sobre hábitos culturais depois da pandemia.

O levantamento diz que 71% dos entrevistados nordestinos querem voltar a fazer atividades culturais, sendo o maior percentual entre as regiões brasileiras, superando a média nacional de 66%. Os outros 34% preferem aguardar uma vacina para o retorno. Em relação às atividades, cinemas e shows musicais aparecem na preferência dos brasileiros com a flexibilização de medidas sociais.

A pesquisa do Itaú Cultural tinha como objetivo analisar como as pessoas se sentem em relação à retomada do setor cultural com avanço de protocolos em vários estados do País. Atividades culturais, nível de segurança e distanciamento foram alguns dos itens trabalhos. Para a pesquisa, foram entrevistados por telefone 1.521 indivíduos, de 16 a 65 anos, em todas as regiões do Brasil, no período entre 4 e 15 de setembro. O estudo quantitativo tem uma margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

A pandemia indica ter despertado mais interesse em atividades culturais. Os 66% da pesquisa são superiores aos que declaram ter realizado algum tipo de interação cultural nos últimos 12 meses, com índices em apenas 52%. A diferença maior é entre as classes D e E, o que acompanha o ritmo de outros levantamentos culturais em relação ao desejo de consumir mais produtos. Enquanto apenas 29% das pessoas dessas classes afirmaram ter feito atividades no último ano, o desejo em praticá-las com a flexibilização dos protocolos fica em 61%. “A pesquisa mostrou que muitos brasileiros vivem à margem de experiências culturais”, disse diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.

Cinema fez falta

A pesquisa levantou também o que as pessoas sentiram falta de fazer durante a pandemia. O cinema apareceu como o espaço cultural mais lembrado neste item, com 30% dos entrevistados lembrando. Shows também foram lembrados, com 24%, além das bibliotecas, com 7%. Em Pernambuco, as salas de projeção estão autorizadas a funcionar desde o último dia 28 de setembro, em três mesorregiões. Enquanto os eventos de 1,5 mil pessoas ainda têm a perspectiva de retorno para voltarem em novembro, segundo o Governo do Estado.

Influência da mobilidade

A relação entre distância e equipamentos culturais vai fazer diferença a partir de agora. Se antes da pandemia, 58% das pessoas usavam transporte para se deslocar, esse índice caiu para 44% para o retorno. Significa que as pessoas querem fazer mais atividades nos seus bairros, como frequentar bibliotecas comunitárias, por exemplo. “Há muitas bibliotecas que assumem um papel comunitário importante, se transformam em centros culturais para populações distantes dos grandes centros”, comentou Saron.

Insegurança

Mesmo com a divulgação de protocolos de higiene, muitos ainda não se sentem seguros a frequentar espaços culturais. 46% dos entrevistados disseram não estar seguros para a retomada, com o Nordeste liderando com 48% no índice de insegurança. Já os protocolos mais esperados são distanciamento social(58%), obrigatoriedade do uso de máscara (55%) e disponibilização de equipamentos para higienização dos visitantes (53%).