Fiel da balança: Para Humberto Costa, apoio do PSB à Lula definirá novamente posição do PT na disputa pelo governo do Estado

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Presente em Petrolina nesta quinta-feira (29), o senador Humberto Costa (PT) não escondeu as nuances político-partidárias da sua vinda à capital do Sertão. O parlamentar chegou ontem (28) e logo após ter pisado na cidade cumprindo agendas políticas com lideranças do seu partido, com o ex-prefeito Júlio Lóssio (PSD) e o candidato a prefeito de Petrolina em 2018 e advogado Júlio Lóssio Filho (PSD), além do ex-prefeito e ex-deputado Odacy Amorim (PT) e sua esposa, a deputada estadual, Dulcicleide Amorim (PT).

“Na verdade, depois de mais de um ano da pandemia, não é. Eu agora consegui ser vacinado pela segunda vez e agora vamos tentar tirar o atraso de todo em que as pessoas estão cobrando a nossa presença, cobrando ações, enfim e eu estou tentando fazer esse trabalho agora, a partir dessa retomada”, detalhou reforçando ter a oitiva das necessidades da população entre as suas prioridades.

Questionado sobre as movimentações acerca das eleições de 2022, Costa afirmou que as articulações têm o foco principal na perspectiva nacional. “Em princípio estamos conversando 2022 muito em termos da eleição nacional. Eu devo ter aqui em Pernambuco um papel de atuar na coordenação da campanha do ex-presidente Lula, que tudo indica, será o nosso candidato em 2022 e esse é o momento em que estamos tentando reunir forças dentro do Estado. Inclusive, o próprio presidente [Lula] deve vir a Pernambuco esse mês de agosto, não sabemos o dia exato, mas deve fazer uma agenda de três dias onde vai se encontrar com o PT, com o governador Paulo Câmara e o próprio PSB e devemos fazer diversas reuniões com os partidos que compõem a Frente Popular, além do Psol. Nossa preocupação tem sido organizar um pouco a resistência ao governo Bolsonaro e atuarmos juntos para a eleição do ano que vem”, afirmou.

Segundo Humberto, as andanças até o momento tem gerado bons frutos no estado. “É positiva porque nós temos a possibilidade dde termos apoio de todos os partidos componentes da Frente Popular, a exceção de alguns e o importante é que muitos desses têm nos dito que estarão com Lula independentemente das posições dos seus partidos nacionalmente, o que nos dá uma perspectiva muito positiva para Pernambuco. As pesquisas de opinião têm mostrado uma boa vantagem para o presidente Lula, especialmente no interior, e nós acreditamos que ter esse apoio e essa base organizada para pedir o voto pode potencializar muito a votação que ele terá em Pernambuco”, apontou.

Entretanto, o senador tem consciência de que a vinda de Lula ao Estado vai acirrar os pólos que discordam em aspectos relacionados ao retorno à base de Paulo Câmara ou a consolidação de uma candidatura própria. “Naturalmente que a vinda dele aqui abre a discussão sobre a sucessão  estadual para o PT e a nossa posição tem sido a de que hoje o PT tem condições de participar dessa disputa, tem nomes, teve uma boa melhora na sua organização, mas nós queremos fazer isso completamente harmonizados com a decisão da nacional e com aquilo que for o melhor para a candidatura presidencial”.

Questionado se uma candidatura própria do Partido dos Trabalhadores ao Governo do Estado contaria com seu nome, Humberto Costa confirma. “Sim, pode. Na verdade, temos aqui três alternativas para o PT e todas elas vão depender da discussão da sucessão nacional. Nós poderemos apoiar um nome de um outro partido dentro da Frente Popular, essa é uma possibilidade. Podemos apresentar à Frente Popular um nome do PT para ser apreciado pela Frente, na medida em que outros partidos além do PSB possam apresentar nomes também. E a outra alternativa é, não havendo o entendimento na Frente Popular, o PT pode apresentar uma candidatura com algumas alianças aqui estaduais. E nessa condição, o meu nome tem sido cogitado, já me coloquei inteiramente à disposição para essa possibilidade, se for importante para o partido”, destacou.