Em protesto, moradores interditam avenida e pedem melhorias para o Dom Avelar

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Os moradores dos bairros que integram a Bacia do Dom Avelar, em Petrolina, interditaram a entrada da Avenida dos Minérios com pneus, pedras e galhos, para chamar a atenção das autoridades com relação aos problemas da localidade, principalmente no que se refere aos esgotos estourados em vários pontos. “Isso é inadmissível. Eles [os moradores] estão aqui porque não têm para onde ir. O mal cheiro é grande. Está interditado e só vamos liberar quando resolverem os nossos problemas”, relatou o comunitário Edvando Rodrigues.

O representante do bairro, Rogério Silva, explicou que a situação se agravou no dia 28 de agosto do ano passado. Segundo ele a Compesa e a Prefeitura de Petrolina foram procuradas, mas até o momento nenhuma das duas se prontificou em resolver o problema. “Isso são duas bocas de lobo que estão estouradas. A população está sendo atingida. É impossível se sentar aqui no comércio e se alimentar. Já caiu criança dentro e a população resgatou. O saneamento está inacabado. Não temos mais a quem recorrer. A população cansou. É uma manifestação pacífica, a única coisa que queremos é que resolvam esse transtorno porque não podemos conviver com essa água de fossa”, desabafou.

De acordo com Edvando Rodrigues, por causa dos estouramentos, o asfalto que foi aplicado recentemente está obstruído. “A gente passou 29 anos esperando a pavimentação e agora que chegou estamos perdendo para o esgoto. Os comerciantes estão prejudicados, perdendo a clientela. Nós pagamos impostos e não queremos fazer vandalismo, mas queremos que atendam o que é de nosso direito. Aqui é um canal que está estourado e a Compesa e a Prefeitura precisam fazer o papel delas”, acrescentou. Na tentativa de diminuir os problemas, a própria população se encarregou de tomar a iniciativa e construir passagens para a circulação dos pedestres.

O problema se entende ainda para quem tem negócios no local, como a comunitária Adriana Cardoso que é responsável por uma instituição de ensino infantil e teme pela segurança dos alunos. “A gente vê o descaso e o desprezo. A gente precisa receber as crianças de 8 meses a 4 anos e os pais se preocupam porque elas podem cair. Queremos uma solução”, reivindicou. Josemário de Souza também enumerou as dificuldades enfrentadas diariamente pelos moradores. “Temos pessoas que têm contato direto com lama e esgoto, com essa fedentina. Há uma boca de lobo aberta há cerca de um ano na entrada do bairro. Queremos que as autoridades olhem para o Dom Avelar porque os problemas estruturais são imensos”, disse.

Sobre as denúncias, a Compesa informou que “apesar de ainda não operar a bacia do Dom Avelar, vem dentro do que é possível realizando serviços de desobstrução e reparos na rede coletora, porém são paliativos, pois se faz necessário um maior investimento que será solucionado apenas com a obra”.

A Companhia afirmou ainda que entrou em contato com a Prefeitura através da Secretaria de Infraestrutura e “pediu para trabalhar em equipe”. Ou seja, “Compesa e Prefeitura para resolver o problema em questão. Pois faz necessário a Prefeitura diminuir o bombeamento que eles fazem da Lagoa do São Joaquim para o canal e fazerem o barramento e desvio do mesmo, deixando a área livre e sem efluente para a Compesa realizar os reparos devidos na travessia do canal e colocar os carros para realizar a desobstrução da rede e reparos nos poços de visitas”.


A nota ainda informou que, até o momento, só recebeu o retorno informando que iriam parar o bombeamento. “Isso não é suficiente. Ou seja precisa realmente que cada um, Ou seja, Prefeitura e Compesa faça a sua parte para resolver a situação”, disse a Assessoria, acrescentando que “a operação e manutenção dos canais é de responsabilidade do município.