De passagem a cidade: Historiador fala da ascensão de Petrolina

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(foto: Milena Pacheco/ Nossa Voz)

O Nossa Voz desta sexta-feira (20), véspera do aniversário de 124 anos de Petrolina, foi especial em homenagem à Capital do Vale do São Francisco. Entre os convidados estava o professor e historiador Moisés Almeida que pontuou algumas da principais passagens da história do município sertanejo.

Do lugar pra passagem à Califórnia do Sertão

Essa região é uma região próspera porque ela é um lugar que, de certa forma, pessoas dos Piauí, do Maranhão, da Bahia, do Ceará quem, de certa forma se deslocam, elas passam por aqui.

E essa passagem por aqui e tendo um rio como nós temos, isso facilitou os demais para que as pessoas ficassem aqui. (…) E tendo água nessa região, claro que isso faz com que a região possa se desenvolver. Esse elemento é o primeiro aspecto. A gente deve render graças e agradecer bastante ao Rio [São Francisco]. Segundo por ser esse lugar de entroncamento e terceiro por ter pessoas, que ao longo de seus história, tiveram a visão de desenvolvimento.

Porque você pode ter o rio, pode ter o lugar de passagem, mas é preciso que você tenha pessoas que possam olhar para o lugar e possa identificar quais são as fontes de desenvolvimento do lugar.

Vocação política

Petrolina sempre teve essa vocação política desde a década de 20. Final da década de 20, início da década de 30, já tínhamos representantes na Câmara Federal. Na década de 40 marcou a nossa inserção mais fortemente na Câmara estadual. E isso vai fazendo com que a cidade tenha representantes, tenham também pessoas que apostam no desenvolvimento da cidade. (…) A década de 60 também é muito importante pra Petrolina. São marcos de crescimento e desenvolvimento da cidade.

Coronel Quelê

O Coronel Quelê vai ser importante a partir da década de 30, 40. Porque ele vai ser um comerciante próspero. Ele vai montar, por exemplo, algo que seria inimaginável para as cidades do interior. Por exemplo, Petrolina foi uma das primeiras cidades do interior que você tinha uma empresa exportadora. Porque havia a relação com o rio. Essa relação com o rio fazia com que essas mercadorias pudessem ser embarcadas até Minas Gerais. Ou, por exemplo a mercadoria poderia ser colocada em um trem em Juazeiro e levada para o Porto de Salvador.

Então, o Coronel Quelê vai ser aquela pessoa que tem tem primeiro essa visão de mercado e segundo ele tem a visão política. Como a relação de Petrolina era muito forte em Juazeiro, a primeira relação política da família Coelho era Bahia. Nós vamos ter um deputado pela Bahia, que inclusive faleceu em um acidente de avião, o Gercino Coelho. E claro que ele também pensa que essa representação deve ser do lado de Pernambuco. Então, você vai ter, por exemplo, Gercino e Nilo Coelho. Como ele era um próspero comerciante a partir da década de 40, mas ele tem a visão também de colocar os filhos pra estudar. Alguns filhos vão estudar em área de conhecimento voltadas para processo de desenvolvimento comercial. E essa visão vão ajudar a cidade prosperar.